10/10/2013
Muitos são os autores da área da educação que dissertam sobre o nascimento da inteligência nos seres humanos e Piaget é considerado o mais importante neste sentido. Para ele, a inteligência não aparece repentinamente, pois ao nascer a criança já tem prontos uma série de comportamentos necessários à sobrevivência. Estes comportamentos são instintivos e essenciais ao início da adaptação do indivíduo ao meio o que o torna cada vez mais adaptado podendo, inclusive, transformar este meio através de suas ações. Dessa forma, conclui-se que toda brincadeira de criança é coisa muito séria e essencial para seu desenvolvimento cognitivo, pois brincando os pequenos transformam e são transformados pelo cenário em que vivem. Então, é responsabilidade dos pais e direito dos filhos realizarem brincadeiras saudáveis e de acordo com a idade da criança que estimulem seu contato com a natureza, com os animais e com outras crianças, além de proporcionarem desafios ao seu intelecto.
Mas hoje sabemos que há outras formas de influenciar a evolução da cognição das crianças além de suas ações para com o meio em que vivem. Se você está perguntando se pode deixar seu filho mais inteligente, a resposta é sim! E não são atitudes trabalhosas como a estimulação e brincadeiras, mas sim cuidados simples com o stress, alimentação e qualidade de vida.
O que os pais podem fazer:
Estudos verificaram que a suplementação de iodo, vitamida D, ômega 3 e ácido fólico na gravidez e até para as crianças bem pequenas faz diferença no futuro QI desses indivíduos em alguns pontos; Controlar o stress durante a gravidez, assim como seu peso (não permitindo que o IMC ultrapasse o número de 30), influenciam diretamente na evolução da cognição do bebê; Praticar atividade física moderadamente também durante a gestação melhora a oxigenação dos tecidos e atinge o feto - é mais um ingrediente para o bom crescimento das estruturas cerebrais; Prolongar o aleitamento materno ao máximo que puder tendo em vista que cada mês a mais de amamentação farão diferença no QI da criança; Aumentar o tempo de sono durante a gestação e também do bebê já que têm impacto no desenvolvimento do crescimento do feto e ajudam na consolidação de novas informações adquiridas pelas crianças; Estimular o contato das crianças pequenas com animais de estimação (conforme texto completo publicado anteriormente) permitem o desenvolvimento de habilidades como a empatia e estimulam o desenvolvimento motor.
Talvez o pacote de todas essas ações não seja tão fácil de ser cumprido, porém ao analisar os dados percebemos que nada mais é do que praticar uma vida saudável. É pedir muito em se tratando da inteligência de seu filho?
A alimentação do bebê até aos 3 anos de idade pode alterar seu QI (Quociente de inteligência). As evidências apontam no sentido de que uma dieta rica em açúcares, gorduras e alimentos processados, deixa as crianças menos inteligentes quando comparadas à crianças que alimentaram-se principalmente de legumes e verduras desde a mais tenra idade.
O estudo foi realizado por investigadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, que analisou a alimentação de um grupo de aproximadamente 4 mil crianças e fez vários testes de QI conforme sua faixa etária. Ao fim dos estudo observou-se que as crianças que tinham uma alimentação menos adequada para a sua idade, tinham mais dificuldade em aprender uma série de coisas.
Um outro dado importante deste estudo foi revelar que mesmo que se após esta idade, as crianças tivessem uma alimentação mais saudável, os efeitos negativos causados pela má alimentação inicial não eram alterados.
Este estudo confirma a necessidade de uma alimentação adequada à idade do bebê e da criança para o seu pleno desenvolvimento físico, corporal e cognitivo.
Referência Bibliográfica
NORTHSTONE K; JOINSON C; EMMETT P; NESS A; PAUS T. Are dietary patterns in childhood associated with IQ at 8 years of age? A population-based cohort study.AcessoemOut. 2011. Piaget, Jean. O nascimento da inteligência na criança, 4 ed. Guanabara, Rio de Janeiro, 1987.