Sabado às 25 de Outubro de 2025 às 07:15:40
Opinião

O apagão que iluminou Campo Largo

O apagão que iluminou Campo Largo

Campo Largo "pegou" muita gente de surpresa nesta semana. Ao se depararem com a notícia de que o incêndio em uma importante subestação localizada em território campo-larguense havia provocado um apagão de alcance nacional, muitos leitores chegaram a duvidar da informação publicada por nós, com alguns até comentando que talvez pudesse haver um erro na escala: “será que não eram 20 cidades, e não 20 estados?”. Mas sim, foi daqui mesmo, no bairro Salgadinho, que partiu o episódio que impactou grande parte do país.
O fato trouxe à tona uma curiosa contradição e até questionamento para gerar uma importante reflexão. Quantos de nós realmente sabemos o que existe ao nosso redor? Quantas vezes passamos por locais de importância fundamental, sem ao menos notar que fazem parte da estrutura que sustenta o cotidiano não da nossa cidade em si, mas que pode envolver todo o Brasil? A Subestação de Bateias é um exemplo disso, visto que é considerado um espaço essencial para o fornecimento de energia em todo o país, mas que muitos sequer saberiam indicar a sua localização.
Há uma tendência natural em enxergar com mais brilho aquilo que está longe. Visitamos cidades turísticas, elogiamos paisagens distantes, exploramos o mundo, mas, infelizmente, por vezes, ignoramos as riquezas, histórias e curiosidades do lugar que chamamos de lar. Campo Largo tem muito mais a oferecer do que supomos, e o apagão desta semana, de forma inusitada, acabou acendendo uma luz sobre isso.
Conhecer o lugar onde se vive é mais do que saber o nome dos bairros ou reconhecer os pontos turísticos mais famosos ou ficar apenas reclamando sobre cada defeito que possa ter. É entender a força do que está por trás da rotina, que são as pessoas, as estruturas, os símbolos e os espaços que tornam uma cidade viva. É perceber as movimentações que acontecem nas comunidades rurais, nas pequenas empresas, nos espaços culturais, nas áreas industriais e também nos locais técnicos. Talvez o maior aprendizado desse episódio esteja justamente no convite a olhar para Campo Largo com outros olhos. Não apenas como o endereço onde dormimos e trabalhamos, mas como o território que nos abriga e nos conecta ao mundo. Uma cidade que é feita de histórias, memórias e potenciais que precisam ser conhecidos para serem valorizados.
É olhando mais de perto, com curiosidade e pertencimento, que podemos descobrir o quanto há para aprender e se orgulhar daqui.  Talvez seja esse o momento de se permitir explorar o novo dentro do que para nós já é conhecido.