18-04-2011
Uma grave denúncia contra policiais militares foi feita por moradores do bairro Portão em Curitiba. Duas testemunhas que falaram à Banda B afirmam que o homem que atirou três vezes contra a cabeça de Willian de Jesus Gerônimo, 19, aparentemente sem motivo algum, desceu de uma viatura do 13º Batalhão.
Os dois contaram que o atirador estava de moleton, bermuda e chinelos, com a pistola numa mão e um pente carregador na outra. Ele teria pedido para Willian e para outro jovem que estava com ele se virarem e antes da vítima levar a mão à cabeça, foi atingida pelos disparos. O assassino ainda teria atirado contra mais pessoas antes de descer a rua Alfredo Otto na Vila Uberlândia e entrar novamente na viatura que estaria a sua espera.
"Ouvi os tiros e fui para rua. Dei de cara com esse homem e com o corpo do garoto no chão. Ele me viu e atirou na minha direção. O tiro foi só de raspão e tive tempo de ver ele fugindo e entrando na viatura. Não estava fardado, vestia uma roupa comum e calçava chinelos. Com frequencia temos sofrido abuso da polícia nesta região, mas este caso foi muito grave. Depois desta denúncia não sei o que vai acontecer conosco", relatou Esmael Ferreira, 43, morador da região que exibia a perna queimada pelo tiro de raspão. De acordo com as testemunhas o atirador teria descido do banco de trás da viatura.
Minutos antes do crime
Willian foi morto por volta das 8h da manhã. Minutos antes ele e alguns amigos estavam na calçada quando foram abordados por policiais militares. "Eu estava arrumando a minha motocicleta e Will estava por ali com outros vizinhos. O policial pediu que colocássemos a mão na parede para a revista, mas eu me recusei. Ele me agrediu em seguida disse que eu deveria obedecer à ordem policial. Algum tempo depois a viatura parou na esquina e esse assassino desceu pela porta de trás", revelou Adilson Cândido de Ramos.
"Ele pediu para que eu e Will nos virássemos, mas antes disso atirou na cabeça do garoto. Eu sai correndo e não fui atingido e antes dele entrar novamente na viatura disparou contra outros moradores", afirmou a testemunha.
Investigações
O corpo de Willian foi recolhido pelo IML (Instituto Médico Legal) de Curitiba e agentes da Polícia Científica fizeram a perícia do local. Policiais da Delegacia de Homicídios também foram até o bairro Portão e conversaram com os moradores. A denúncia contra os PMs foi relatada para os investigadores. O caso ficou aos cuidados do delegado Maurílio Alves, que deve enviar ao comando do 13º Batalhão um pedido de informação para levantar os nomes dos policiais que estavam de plantão no momento do crime.