Sabado às 07 de Dezembro de 2024 às 03:24:35
Saúde

Castra + Paraná realiza cerca de mil castrações de cães e gatos em Campo Largo

Castra + Paraná realiza cerca de mil castrações de cães e gatos em Campo Largo

Uma grande ação realizada entre os dias 19 e 23 de novembro em Campo Largo, no pátio da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Jardim Itaqui, castrou cerca de mil cães e gatos. Essa foi a segunda vez que o programa Castra + Paraná esteve em Campo Largo, um projeto que tem como objetivo principal reduzir o número de animais abandonados e, consequentemente, diminuir os riscos à saúde pública e conta com grande adesão da população. Em Campo Largo, em apenas cinco horas, as mil vagas foram preenchidas.
Em declaração oficial emitida pela assessoria, o deputado federal Delegado Matheus Laiola (União Brasil), disse que viabilizou o programa por meio de emenda parlamentar e que esta é “a melhor política pública de bem-estar animal”. Executado pelo Projeto Ajudei, o Castra + Paraná tem como meta castrar aproximadamente 20 mil animais até o final do ano. “A castração é uma medida fundamental para prevenir doenças e evitar a procriação descontrolada, que muitas vezes resulta no abandono de cães e gatos”, considera o deputado Matheus.
A Folha esteve presente no primeiro dia de castrações e conversou com a vereadora eleita por Curitiba e coordenadora do Paraná Contra Maus-Tratos, Andressa Bianchessi, que explicou mais sobre o projeto. “Os animais foram castrados e microchipados neste projeto idealizado pelo deputado Matheus Laiola. Além do controle populacional, a castração também evita o aparecimento de tumores - nos machos na próstata e nas fêmeas nas mamas e no útero. O programa é aberto à comunidade de maneira geral, não há impeditivos de renda para a participação, por exemplo, basta que o interessado entre no site e realize o cadastro.”
Os animais recebem de maneira gratuita a roupa cirúrgica – para as fêmeas – e o cone – para os machos -, que irão impedi-los de mexerem nos pontos da cirurgia, além de todos os medicamentos que devem ser ministrados pelos tutores, conforme a instrução da equipe veterinária.
O vereador eleito em Campo Largo, Rafael Freitas, também esteve presente na ação. “Trabalho desde 2019 fiscalizando situações de maus-tratos a animais e a castração sempre evita a superpopulação, abandono e as doenças nos pets. O que nós percebemos é que a causa animal tem sido mais discutida há cerca de dois a três anos aqui na nossa cidade, é algo que ainda tem um longo percurso de educação da população e conscientização para que ela compreenda. Importante saber que em 2020 a Lei de Maus-Tratos a Animais entrou em vigor, principalmente para cães e gatos, e quem abandonar animais pode incorrer em crime de maus-tratos, com pena de dois a cinco anos de prisão, inclusive em flagrante. O deputado Matheus Laiola é meu amigo pessoal, então no exercício do meu mandato como vereador pretendemos dobrar a presença do programa em Campo Largo, além de outros projetos voltados à causa animal e segurança pública.”

Como funciona o ônibus?
Muitas pessoas ficam curiosas sobre como funciona o projeto e principalmente sobre como é possível realizar tantas castrações ao longo de apenas cinco dias de atendimento. Aurélio Aguiar, administrador e coordenador geral do Castra + Paraná, explicou à Folha como funciona. “Esse é um projeto a várias mãos. Fomos estudando a melhor forma de disposição de tudo para o atendimento e durante a experiência, pensamos no fluxo adequado, com ambientes climatizados e que comportassem a equipe de trabalho – onde atuam cerca de oito a nove pessoas, entre cirurgiões, anestesistas e auxiliares de veterinários. Ele é dividido em três segmentos, sendo o primeiro a anestesia, o meio é o centro cirúrgico – onde podem ser feitas quatro cirurgias simultâneas – e a parte de trás é o pós-operatório.”
Dentro do ônibus ainda tem ambientes específicos para esterilização de material, troca de roupas dos veterinários, todos controlados para que não aconteça contaminação. Os insumos para as cirurgias já estão datados e disponíveis para a equipe em compartimentos dentro do ônibus.
A atenção maior dos tutores dever ser no jejum das oito horas que antecedem o procedimento cirúrgico – caso não seja obedecido esse período, o paciente pode ser rejeitado, sendo reagendado o procedimento – e no pós-operatório, quando é oferecida toda a informação sobre os cuidados necessários.
Algumas raças precisam de anestesia inalatória e necessitam de um atendimento especial, sem risco. Por isso é realizado o encaminhamento do animal para uma clínica mais próxima, onde o tutor paga uma pequena taxa e realiza o procedimento no animal.

População aprovou
A Redação aproveitou para conversar com alguns tutores que aguardavam seus pets saírem do procedimento cirúrgico, e, de maneira unânime, aprovaram a iniciativa do projeto. Uma delas foi a moradora do bairro Vila de Lourdes, Renata, que levou sua gata Shiroue, de três anos. “Uma amiga minha postou no Instagram e eu já entrei no site para cadastrar, pois não sabia que teria a ação aqui. Essa já era uma vontade que eu tinha, castrar a minha gatinha e recomendo para as pessoas trazerem seus animais nas próximas ações.”
A Suzana, moradora do bairro Rivabem, ficou sabendo pelo Facebook e acredita que a ação é bastante positiva, principalmente para diminuir os casos de maus-tratos. “Eu tenho cachorro e gato, mas hoje trouxe o meu gatinho Café, de sete meses, para já ser castrado. Meu cachorro também foi castrado por meio de projeto, mas o promovido pela Prefeitura de Campo Largo, e tive a experiência nos dois, por isso recomendo muito para que as pessoas levem seus animais para castrar, são programas muito confiáveis, com profissionais muito atenciosos.”
A tutora Liliane, do Francisco Gorski, ficou sabendo da ação por meio de grupo de WhatsApp e do próprio Castra + Paraná, e levou dois cães para serem castrados, o Bob e a Gigi. “Gostei bastante porque já sai medicado, com a roupa e o cone. É a primeira vez que eu participo, da outra vez acabei não conseguindo vaga, mas gostei bastante porque foi rápido e perto da minha casa”, finaliza.