No mundo todo tem se observado uma evolução desfavorável de obesos infectados pela Covid-19. E esse quadro parece ser independente do obeso ser portador ou nao de outras doenças associadas, como por exemplo Diabetes e Hip
No mundo todo tem se observado uma evolução desfavorável de obesos infectados pela Covid-19. E esse quadro parece ser independente do obeso ser portador ou nao de outras doenças associadas, como por exemplo Diabetes e Hipertensão, ambas mais comuns nesse grupo de pessoas e sabidamente conhecidas como fatores de risco para infecção por Coronavírus. Mas por que a obesidade, por si só, e também os pacientes pós-bariátricos formam um grupo de risco independente? E quais os cuidados devem ter?
No caso da obesidade, boa parte disso parece estar relacionada com o estado de inflamação crônica que essa condição ocasiona. Sabe-se que, quanto maior o grau de obesidade e quanto maior o acúmulo de gordura visceral (intra-abdominal), maior é o nível de secreção de substâncias inflamatórias pelas células de gordura, o que é nocivo ao organismo e, principalmente, ao sistema imunológico. Quando se soma a isso a inflamação causada por um quadro infeccioso, o grau de acometimento do organismo é muito maior, tornando a doença mais grave. Outra situação importante é a reserva fisiológica baixa de órgãos primordiais. No obeso, órgãos como coração, pulmões, rins e fígado já trabalham naturalmente com bastante sobrecarga e quando existe um quadro de desequilíbrio causado por uma infecção, a capacidade de resposta do organismo é muito menor.
Já nos casos de pacientes pós-bariátricos, o problema maior parece ser no primeiro ano de cirurgia (em especial, nos primeiros seis meses), período esse de perda de peso rápida e de maior fragilidade do organismo a qualquer situação de desequilíbrio. Passado o período de perda mais rápida de peso, o problema maior está nos pacientes que reganharam muito peso ou naqueles sem acompanhamento médico, pois estes costumam estar com desbalanço nutricional/vitamínico e desordens metabólicas mal controladas.
E o que fazer nesses casos? Sendo grupo de risco, redobrar os cuidados de distanciamento social e de higiene pessoal, como lavagem frequente das mãos, uso de máscaras, não compartilhar objetos de uso pessoal, optar por trabalho remoto, entre outros. Além disso, manter em dia o acompanhamento médico, seja obeso ou pós-bariátrico, evitar o sedentarismo com atividades físicas específicas para dentro de casa e cuidar do padrão alimentar, aproveitando o tempo livre para se dedicar no preparo de refeições mais nutritivas, saudáveis e, até mesmo, mais saborosas.
Texto produzido pelo Dr. André Ricardo Fuck, endocrinologista