A primavera começou nesta segunda-feira (22) trazendo dias mais floridos e ensolarados, e também um cenário propício para as alergias sazonais, muitas vezes ocasionadas por pólens e flores. Crises respiratórias, coceira e espirros são sintomas comuns nesta época do ano, principalmente em crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, como asma, rinite e sinusite.
Com a elevação da umidade e o aumento da temperatura, essas alergias tendem a se intensificar. No Sistema Público de Saúde (SUS) do Paraná o tratamento pode ser iniciado na Atenção Primária, nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios. Após a primeira avaliação, o usuário pode ser encaminhado, se for necessário, para a Atenção Especializada, para atendimento com um especialista, como, por exemplo, alergologista, pneumologista ou dermatologista
Os sintomas de alergias respiratórias podem se confundir com resfriados ou até pneumonias. Melissa Erdmann, médica pediatra e infectologista do Hospital Infantil Waldemar Monastier (HIWM), em Campo Largo, explica que resfriados geralmente são acompanhados de coriza, tosse leve e febre baixa. A asma costuma dar chiado recorrente, tosse seca e dificuldade para respirar, principalmente à noite. Os quadros de pneumonia apresentam febre alta, tosse persistente e respiração acelerada e cansada.
Nas crianças, estes quadros são bastante comuns nesta época do ano e merecem atenção especial por parte dos pais e cuidadores.
“O mais importante é observar a evolução dos sintomas. Se houver piora progressiva, febre persistente ou sinais de dificuldade respiratória, não hesite em procurar atendimento médico. Não é possível eliminar totalmente os alérgenos, mas com medidas simples, é possível reduzir bastante as crises e melhorar a qualidade de vida, principalmente dos idosos e das crianças”, ressalta a médica.
Para amenizar os sintomas das alergias na primavera, a médica orienta a manter os ambientes limpos, evitando utilizar vassouras, por levantar poeiras; utilizar panos úmidos para limpar as superfícies; evitar o uso de tapetes, cortinas e bichos de pelúcia em excesso; manter os ambientes secos e bem ventilados; lavar as roupas de cama semanalmente; evitar os gatilhos quando possível (pó, poeira, pelos, mofo, pólen, perfumes). Ela também orienta a fortalecer o sistema imunológico, com recomendação para beber água, dormir bem, ter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos com regularidade.
Como será a Primavera 2025
Apesar de começar com chuva e temperaturas amenas, a tendência é de que a primavera de 2025 seja marcada por temperaturas acima da média, alguns episódios de ondas de calor, e longos períodos sem chuva intercalados por fortes temporais. De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a próxima estação, que terá início às 15h19 da próxima segunda-feira (22) e fim às 12h03 do dia 21/12/2025, terá um aumento gradual na quantidade de eventos meteorológicos.
A estação tem como característica dias progressivamente mais longos e quentes (em média) à medida que se aproxima do verão. Um dos sistemas que vai influenciar o clima no Paraná a partir da primavera até o primeiro trimestre de 2026 é o fenômeno La Niña, com intensidade fraca de acordo com as previsões dos modelos climáticos em grande escala (que geram as projeções médias de clima para as escalas de tempo de meses a anos).
A temperatura média do ar ficará dentro a acima da climatologia no interior paranaense e dentro a ligeiramente acima da média na Região Metropolitana de Curitiba e Litoral, com previsão da ocorrência de alguns episódios de ondas de calor, principalmente em outubro e dezembro.
Depois de um mês de agosto historicamente seco, a primavera marca a volta das chuvas ao Paraná, frequentemente causadas pela passagem de sistemas frontais (frentes frias e/ou quentes), áreas de baixa pressão entre o Paraguai e o nordeste da Argentina, e de outros sistemas de precipitação, de curta duração, que se desenvolvem no estado em função das temperaturas altas e do maior conteúdo de umidade no ar em áreas próximas dos países e estados vizinhos.
As temperaturas médias mensais também apresentam aumento em seus valores médios durante a estação. As regiões Oeste, Sudoeste, Norte e Litoral apresentam os maiores valores de temperaturas mínimas e máximas da primavera.
Na Região Metropolitana de Curitiba, em outubro, o volume de chuvas fica entre 100 mm e 190 mm, e as temperaturas entre 14,1°C e 24,7°C. Em novembro, a RMC possui um volume de chuvas entre 86 mm e 132 mm, com temperaturas entre 15°C e 26°C. Em dezembro, a região tem volumes de chuva entre 79 mm e 183 mm, e temperaturas entre 16,8°C e 27,7°C.
Saúde
Primavera aumenta riscos de alergias respiratórias e medidas básicas podem amenizar sintomas
