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Família faz declaração após morte de Luiz Carlos

08/08/2014

 

Família faz declaração após morte de Luiz Carlos

08/08/2014

Por: Danielli Artigas de Oliveira

A morte de Luiz Carlos Pereira de Lima no dia 22 de julho deste ano, após um desentendimento no dia 19 do mesmo mês, gerou muita polêmica. Na ocasião, uma discussão entre ele e o caminhoneiro Marcos Rodrigues Gomes, o qual é suspeito de ter atropelado Luiz Carlos no Posto Monvalle, antigo Saguaru, na BR-277.

Luiz Carlos era casado com Marli Fátima Acosta Pereira de Lima, que é professora da rede municipal de Curitiba. Ele deixou também os filhos Luiz Carlos Filho (30), João Carlos (33), Camila (35) e Emanuel (20) e ainda três netas. A esposa Marli e a filha Camila estiveram na redação da Folha nesta quarta-feira (06) para dar o depoimento delas, pois muito foi falado sobre o assunto na mídia e muitas pessoas comentaram a respeito. “Me entristece saber que as pessoas estão distorcendo a história. Todos gostavam dele. Mas eu creio que haverá justiça, que as pessoas vão fazer justiça. O que mais quero é que a verdade seja conhecida e  que o nome dele seja honrado como sempre foi. É um direito dele que continue assim”, declara Marli.

Camila relata que Luiz Carlos, que morava em Curitiba, era técnico em manutenção e instalação de postos de combustível há 40 anos. Segundo ela, não houve uma briga no trânsito, “mas houve realmente uma fechada, o que para o meu pai estava resolvido no mesmo momento, não era para ter continuado. Meu pai era organizador da Sopa do Pinhão que era naquele final de semana. Era para ele ter ido na sexta-feira, mas tinha um serviço para terminar e por isso foi no sábado”, explica Camila. “E ele parou no posto para prestar um serviço, não era para discutir. Nisso o motorista do caminhão parou para tirar satisfação”, enfatiza a filha de Luiz.

Segundo ela, Luiz saiu do carro e o Emanuel (filho dele) avisou que o caminhoneiro tinha chegado. O caminhoneiro teria ameaçado Luiz, falando que da próxima vez ia passar por cima dele e matar. “Não é do perfil dele brigar, nunca tinha acontecido. Ele reagiu a partir do momento que foi ameaçado. Conheço meu marido, ficamos juntos 38 anos. Ele deve ter ficado com medo pela ameaça que ele fez, ainda mais sabendo que estava com nosso filho no carro e não sabia o que poderia acontecer na rodovia”, relata a esposa, comentando que quando ele via coisa errada na rodovia parava no posto policial pra avisar, mas nunca se envolveu. Camila completa que “para o Emanuel está muito difícil. Dorme olhando as fotos, chora sempre, fica vendo os vídeos de jeep. Era muito apegado ao pai. Morava e trabalhava com ele, participava das provas de Jeep”.

Luiz era muito conhecido e bem cotado na sua profissão. “Por ser um bom profissional já recebeu convites para trabalhar até na França, dar cursos. Era um profissional realizado”, conta Camila. A família tem recebido apoio de clientes e muitos amigos dele. “Tinha conhecidos em todos os lugares. Impressionante o número de amigos que ele tinha. Os clientes ligam e questionam, falam que ele trabalhava há 20 anos para eles”, completa Camila.

Pelo menos há 15 anos ele era jipeiro, participante do Jeep Club de Curitiba. Sempre foi muito envolvido nas atividades do clube, ajudando na organização dos eventos. Ainda fazia parte do grupo Maricati, dentro do Jeep Club. “Todos falam da falta que ele faz, a alegria que ele trazia nos lugares. Todos estão inconformados com o que aconteceu”, detalha a filha. Ele tem troféus de honra ao mérito por ter criado a Copa Iguaçu de Raid.

A esposa declara que “não esperava a morte desta maneira, ainda não consigo acreditar. Estou buscando justiça, porque ele foi retirado das nossas vidas. Era saudável, pessoa forte. Ficamos tristes porque a situação poderia ter terminado no trânsito”. Luiz era quem tinha a responsabilidade financeira da casa. Hoje os filhos estão ajudando a mãe, até organizar tudo.

Segundo relatos, ele era uma pessoa amorosa, dedicada, muito família, que procurava agradar as pessoas. Tanto que a mãe e os sete irmãos vieram de outras cidades e estados para ver Luiz, quando ele ainda estava no hospital. No velório, realizado no bairro Água Verde em Curitiba, receberam 23 coroas, pessoas de diversos municípios, mensagens de pessoas fora do País. “Muitos homens chorando no velório, nunca tinha visto isso”, comenta a esposa.

A família declara que se sente impotente em não poder fazer nada para trazê-lo de volta. Mas com esses depoimentos quer, pelo menos, passar para as pessoas - muitas que opinaram sobre o que aconteceu – quem era o Luiz Carlos, a pessoa boa e trabalhadora, que está fazendo muita falta para todos que conviviam com ele e o conheciam.