No próximo ano, o paranaense Waldemar Niclevicz completa o 30º aniversário da façanha que marcou seu nome na história, se tornando o primeiro brasileiro a escalar a montanha mais alta do planeta, o Monte Everest, no Nepal, em 14 de maio de 1995, ao lado de Mozart Catão. E para celebrar o feito ele está preparando duas novidades, sendo que uma delas é em Campo Largo.
Trata-se da criação de uma nova Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), a mais nova RPPN do Paraná e do Brasil. Já registrada em cartório e em portaria do Instituto Água e Terra (IAT), sua inauguração está prevista para o dia 12 de março de 2025, denominada Reserva Natural do Alpinista Waldemar Niclevicz (RNAWN), com área de 116 hectares, dos quais 34 hectares são para a RPPN.
“A ideia é lançar a bandeira da restauração florestal, com a imagem de uma araucária, durante a inauguração da Reserva Natural e, em seguida, levá-la até o topo do Everest. Este gesto visa alertar a população mundial e inspirar pessoas e empresas a criarem unidades de conservação e a adotarem atitudes que promovam o restabelecimento do equilíbrio ambiental em nosso planeta”, conta o alpinista.
Objetivos da reserva
Com a Reserva Natural do Alpinista, localizada dentro do município de Campo Largo, o intuito de Waldemar é que, a partir das ações realizadas no espaço, ele consiga chamar a atenção das pessoas para a importância da restauração florestal, bem como reintroduzir abelhas nativas e proteger as nascentes do rio Açungui - que forma o rio Ribeira de Iguape. Ainda está em andamento o levantamento da fauna e da flora, bem como o respectivo Plano de Manejo, exigidos pelos órgãos ambientais.
“Esse processo de restauração florestal é vital para a recomposição da flora, a recuperação de nascentes, o retorno natural da fauna e, consequentemente, para a preservação de toda a biodiversidade”, destaca o hoje também ativista ambiental. Na sua Reserva Natural já foi construída a "sede" e tanto o plantio de araucárias quanto de outras espécies nativas está em pleno andamento. “O retorno da fauna pode ser notado com o avistamento de animais como o veado-catingueiro, a onça-parda, cutias, iraras e uma infinidade de aves. E a reserva também terá um viveiro de mudas nativas de árvores em risco de extinção como perobas, sassafrás, cedros, ipês e angicos”, completa.
Além das obras para a construção da sede, também estão prontas a Casa do Mel onde é feita a produção de mel orgânico, e a Casa de Trabalho que abriga sala de aula, espaço para eventos e alojamento para pesquisadores, assim como marcenaria, cozinha, refeitório e depósitos. A Reserva Natural do Alpinista já está recebendo a visita de alunos de escolas públicas e privadas, com atividades de educação ambiental focadas na restauração ecológica, no plantio de araucárias, na importância dos polinizadores e na proteção dos rios e nascentes. Para mais informações e agendamentos o contato é (41) 99973-5767 ou waldemar@niclevicz.com.br.
De volta ao Everest
A outra novidade é que, ao lado do também alpinista Pedro Hauck, Waldemar Niclevicz planeja uma comemoração histórica da conquista brasileira com uma nova expedição chamada “30 Anos do Brasil no Everest”. Ambos planejam escalar os 8.848 metros do Everest novamente, dessa vez em prol da restauração ecológica. A partida do Brasil para o Nepal está prevista para o dia 26 de março de 2025, a expedição deve se prolongar até o dia 30 de maio de 2025.
“Queremos repetir a conquista chamando a atenção mundial para a relevância da restauração ecológica como um passo fundamental para restabelecer o equilíbrio ambiental em áreas degradadas. Tais ações são essenciais para a humanidade enfrentar as mudanças climáticas e garantir sua própria sobrevivência”, finaliza Waldemar.
Objetivos da expedição
Além de despertar a conscientização ecológica e alertar sobre a crise climática, os alpinistas querem engajar pessoas na causa ambiental e propiciar a geração de valores socioambientais significativos pela integração de esporte e aventura com conservação da natureza.
Para isso eles unem as duas novidades. A expedição ao Nepal busca levantar recursos para o aprimoramento da Reserva Natural do Alpinista com o plantio de 400 mudas enxertadas de araucária e, também, para a realização do diagnóstico da flora e da fauna, bem como o desenvolvimento e implementação do Plano de Manejo da RPPN.
A Expedição está ainda sem patrocínio, orçada em 4 cotas de 40 mil dólares, e busca apoiadores desses objetivos.
O Brasil no topo do mundo
Nascido em Foz de Iguaçu, além de escalar o Everest, Waldemar Niclevicz conta com um currículo impressionante. Entre as marcas conquistadas por ele de maneira inédita para um brasileiro, está completar os Sete Cumes do Mundo, o que significa escalar a maior montanha de cada um dos continentes.
Niclevicz também chegou ao topo do K2 (8.611 metros), segunda maior montanha do mundo e considerada por muitos como a mais difícil; e se tornou o primeiro brasileiro (e não-europeu) a concluir o desafio dos Quatro Mil dos Alpes, composto das 82 montanhas dos Alpes com mais de 4 mil metros de altitude.