05/07/2014
Padre Fábio Rossi fala sobre violência e atitudes não cristãs
05/07/2014
Por: Danielli Artigas de Oliveira
A violência está presente nos pensamentos das pessoas, nas conversas, em publicações na internet, está no dia-a-dia. Isso é registrado diariamente nos jornais. O grande número de homicídios em Campo Largo, como em todo o Brasil, os casos de assaltos, arrombamentos e qualquer tipo de violência parecem estar refletindo de maneira negativa nas pessoas, que temem sofrer qualquer tipo de violência, mas que ao mesmo tempo têm pensamentos violentos em relação aos outros.
Nos comentários no site da Folha ou no Facebook, em matérias policiais, percebe-se muitos comentários das pessoas dando risada quando outras morrem, ou afirmando que deveria ter matado ao invés de só prender, que o bandido tem que sofrer até morrer, entre outros. Segundo o Padre Fábio Rossi – primo do conhecido padre Marcelo Rossi -, do Santuário Senhor Bom Jesus, as pessoas veem maldade como pagamento da maldade. “Quando uma pessoa diz que a outra tem que morrer, está querendo que pague com a mesma moeda. No julgamento, estão na mesma esfera do ladrão ou do bandido. Fazem a mesma coisa”, explica o padre.
O padre comentou que para as pessoas, matar, roubar ou morrer parece que não faz mais diferença. “Se perdeu o valor da vida. Estão pensando no momento, no material, no que temos de valor. O princípio de vida está sendo colocado em último plano. Os cristãos perderam o princípio de verdade, os valores cristãos”, lamenta o Padre Fábio.
Em muitos casos, pode-se perceber que se perdeu o amor próprio e o respeito a si mesmo e ao próximo. “O que é primordial está esquecido, desvalorizado. Muito também é pela política, a justiça humana que está muito falha. Vemos políticos roubando, pessoas matando, e tudo isso começa a parecer natural, como parte do dia-a-dia. O Estado desestrutura. Entram na onda de que tudo é permitido e veem os outros como coisas, querem fazer justiça com as próprias mãos”, argumenta o padre, comentando que isso já vem desde crianças.
Família
No meio familiar, o padre comenta que se perdeu o estímulo ao diálogo. “Hoje é tudo Facebook, tecnologia, não desgrudam do celular. E a tecnologia afasta do próprio eu”, diz. “E quando tem diálogo, muitas vezes é no grito, mandam calar a boca”, completa.
Segundo o padre Fábio, a própria televisão estimula a raiva das pessoas, mostra que tudo é permitido. Ele comenta que nas novelas mostram a traição como algo normal, um batendo no outro, um matando o outro, ou trapaceando. “É a cultura do utilitário. Se não servir, descarta. As pessoas estão sem sentimento, estão sendo criadas pessoas robóticas. Se perdeu os ensinamentos de Cristo, se perdeu o valor do amor ao próximo, o perdão, a misericórdia”, lamenta.
Em muitas situações, os pais já perderam a autoridade sobre o filhos, mas, como afirma o padre, “a educação tem que vir de casa, não pode dar esta responsabilidade para a escola, para a sociedade”. “Antigamente tinha mais presença da família. Hoje em dia mal pode chamar a atenção”, enfatiza ele, comentando que hoje poucas famílias vão juntas à Igreja.
Sociedade
Sobre situações do dia-a-dia, nos comentários postados na internet, o padre comenta que hoje muitas meninas veem como herói aquele que amedronta, que comanda um grupo, o que mata. “É um produto reflexo da própria sociedade”, diz.
Com diversos casos de violência, começando desde jovem, o padre detalha que é como uma roleta russa, a pessoa é ativa e passiva do próprio erro; ou ela faz ou ela é a vítima.
Para ele, hoje se vive em uma sociedade com base no laxismo, ou seja, sem preocupação com as restrições e obrigações da ordem moral cristã, com conceitos pouco rigorosos, com tendência à permissividade.
Padre
O Padre Fábio Rossi é natural de Joinville. Já celebrou missas com o Padre Marcelo Rossi em São Paulo e tem o mesmo estilo de cativar as pessoas do Pe. Marcelo, conhecido em todo o País.
Duas vezes por mês, Pe. Fábio celebra missas de cura e libertação no Santuário Senhor Bom Jesus, reunindo de 1.500 a 2.000 pessoas. A próxima será realizada no dia 10 de julho, às 20 horas.
Enquete
Em enquete no site da Folha, 56,8% dos participantes opinaram que o principal motivo para tanta violência é o consumo de drogas. Acham que é culpa da corrupção 22,49% dos participantes, enquanto 11,24% acreditam que é por questões familiares e 9,47% opinaram ser pela falta de investimento do governo.