CREAS de Campo Largo realiza esta semana apresentações de teatro e palestra que têm como foco o Combate ao Trabalho Infantil
23/06/2014
Dias 24, 26 e 27 de junho serão as últimas apresentações da peça de teatro e palestra promovidas pelo CREAS de Campo Largo – Centro de Referência Especializado em Assistência Social – e que têm como tema o Combate ao Trabalho Infantil. As atividades, que ocorrem desde o dia 9 de junho e que já reuniu mais de 1.300 alunos, são voltadas aos estudantes de 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental da rede pública.
A palestra será com o psicólogo Marcos Alan Viana, da ONG Instituto Não Violência. Já o teatro, que aborda situações do trabalho infantil, direitos e deveres da criança, conta com a performance dos atores Carlos Moreira e Ciliane Vendruscolo. Ambos foram criados pela Parabolé Educação e Cultura especialmente para esta ação. Ao final, o espaço é aberto para a plateia fazer perguntas e esclarecer dúvidas a respeito do assunto.
A peça de teatro é composta por cinco esquetes (Sketches) que abordam o trabalho infantil, assunto considerado delicado. Mas a linguagem é lúdica e baseada em estudos e pesquisas. “Abordamos diferentes situações do trabalho infantil, buscando clarificar ao público o que é e o que não é considerado dentro deste assunto. Penso que o tema traz a reflexão e que, aos poucos, uma maior consciência vai sendo implantada na sociedade”, explica Carlos Moreira, também autor do espetáculo, inspirado em personagens e situações do cotidiano:
· Sketches 01: Rodrigo e Mônica: crianças que precisam trabalhar no semáforo, garantindo que chegarão em casa com determinada quantia de dinheiro todos os dias. Rodrigo trabalha fazendo malabares com laranjas e Mônica vende panos de prato. Ambos são amigos pela necessidade. Neste esquete, o trabalho infantil é determinado pela situação de risco dos menores e também pela obrigação financeira, tendo uma carga horária que só termina quando as crianças atingem o valor diário de R$ 40,00 para Rodrigo e R$ 50,00 para Mônica.
· Sketches 02: Alexandre e a professora Beth: a cena mostra um dia de aula onde Alexandre já não consegue ter concentração. O cansaço, por acordar cedo e ajudar o pai nas obras, faz com que o aluno tenha queda na aprendizagem. Mais uma vez percebe-se que o trabalho infantil está tirando o rendimento escolar e a qualidade de vida de Alexandre, pois a atividade é realizada sem sua vontade e sim por necessidade e por imposição do pai.
· Sketches 03: Roberto, Alexandre e a Assistente Social (Ana): este esquete trabalha com a intervenção da Assistente Social, depois da denúncia feita pela coordenadoria da escola do aluno Alexandre. Ana faz uma visita ao espaço de trabalho de Alexandre e fala com seu pai, Roberto, para, juntos, ajustarem essa situação irregular. É mostrada parte do procedimento utilizado pela Assistência Social e, mais uma vez, o esclarecimento do que vem a ser o trabalho infantil, auxiliando as pessoas como e onde buscar ajuda, pois o foco da cena está na orientação.
· Sketches 04: Luiza e Sebastião: casal de agricultores que está em discussão, uma vez que seus filhos não estão trabalhando no campo. A cena também levanta a situação de Michely, uma de suas filhas, por não cuidar das crianças da vizinhança, deixando de garantir uma renda a mais para a família. Sebastião tem um ar agressivo e rude, mostrando um ciclo comum: “se eu cresci assim, eles também podem crescer”. Luiza busca explicar ao marido a necessidade de quebrar esse ciclo e que essa nova geração ganha muito mais se dedicando aos estudos e, com isso, recebe uma orientação emocional e intelectual que garante, depois de adultos, uma posição e qualidade de vida melhor. Mostra também a importância da conscientização para essas famílias. Outra vez, a peça de teatro coloca o trabalho como algo imposto e obrigatório para uma renda que é destinada para terceiros, onde as condições não são facilitadoras para criança.
· Sketches 05: Marta e Gustavo: o teatro é finalizado com uma família de classe média, onde o filho, Gustavo, não compreende suas obrigações como membro da família. Marta tem um longo discurso com Gustavo para que ele compreenda que o fato de ter que organizar seu espaço e algumas obrigações, como estudo e higiene, faz parte do seu crescimento. A cena mostra o esforço que Marta e seu marido fazem para que o filho tenha boas condições para o seu desenvolvimento, deixando bem claro as diferenças entre obrigações e direitos da criança.
Próximas ações do CREAS
O CREAS desenvolveu uma programação informativa para esclarecer a comunidade sobre diversos temas, chamada de “Aprofunde Seu Olhar”. Além de Trabalho Infantil, assuntos como Violência contra a Mulher, Combate ao Abuso Sexual, Direitos dos Idosos e das Pessoas com Deficiência fazem parte do projeto, que começou em maio e continuará ao longo do ano em outras datas importantes relativas a direitos humanos.
Regina Moro, coordenadora do CREAS, explica que é fundamental realizar ações que têm como foco a prevenção, orientando e sensibilizando a população. “Reforçamos que o Estado, a sociedade e a família têm a responsabilidade de proteger a criança e o adolescente contra a exploração de todas as formas de trabalho, garantindo seus direitos e respeitando sua condição especial de desenvolvimento”. Todas essas atividades contam com o apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social de Campo Largo e Prefeitura Municipal da cidade.
A próxima ação já está programada. Será referente ao Dia Internacional do Idoso (1º de outubro) com a palestra show "60 que lá vem história", com Junior Bier e Danilo Correia.
SERVIÇO:
Teatro e Palestra: Combate ao Trabalho Infantil
Dia 24/06 - Colégio Estadual Professora Edithe (Ferraria)
Das 10h às 12h e das 13h às 15h
Dia 26/06 - Colégio Estadual São Francisco de Assis (Três Córregos)
Das 10h às 12h e das 13h às 15h
Dia 27/06 - Colégio Estadual Professor Aloísio (São Silvestre)
Das 10h às 12h e das 13h às 15h
Os casos de trabalho infantil podem ser denunciados nos seguintes telefones:
Secretaria Nacional dos Direitos Humanos: disque 100 (ligação gratuita)
Conselho Tutelar de Campo Largo: (41) 3392-3395 | (41) 3393-4854
A identidade dos denunciantes é mantida em sigilo.