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Caio Jr.

15/11/2013

Radialista opina sobre mudança de transmissão de emissoras AM para FM

Caio Jr.

15/11/2013

O radialista Caio Jr., que já tem 26 anos de experiência em rádio - em Campo Largo já trabalhou na Rádio Difusora (Rádio Ágape) por 14 anos, na Massa FM, na Onda Livre FM e atualmente é radialista esportivo da Banda B, em Curitiba -, fala das melhorias que virão com a mudança das emissoras. A presidente Dilma assinou decreto no último dia 07 autorizando a migração das emissoras de rádio que operam na faixa AM (Modulação em Amplitude) para a faixa FM (Frequência Modulada).

“Vai agregar muito”, acredita Caio Jr. Ele explica que antigamente as rádios AM tinham uma realidade diferente, dava mais lucro que FM, e isso se inverteu porque o acesso ao aparelho de rádio FM melhorou. “FM era programação mais elitizada, porque poucos podiam comprar rádios com acesso à FM. Pela qualidade de som, começou a mudar as programações e as FMs ganharam destaque. Por incrível que pareça, ainda existem rádios que só captam rádios AM”, explica.

As rádios AM foram perdendo ouvintes porque sofre muita interferência e, segundo o radialista, nos últimos anos isso aumentou ainda mais, pois são muitos prédios, antenas, viadutos. Mas há aqueles ouvintes fiéis, que ainda ouvem AM porque gostam da programação e principalmente dos radialistas. “Gostam tanto que até fazem esforço para ouvir, mesmo com qualidade inferior”, completa.

Com a mudança, as rádios até então AM irão ganhar mais ouvintes. Caio diz que a rádio em que trabalha tem muito a ganhar, pois já tem uma audiência e toda uma estrutura. “A Banda B deve ser uma rádio modelo nessa transição. Vai ser a primeira ou uma das primeiras a migrar. Já está caminhando para isso, com estudos feitos”, detalha.

Para a mudança, será necessário trocar os equipamentos, quase montar uma rádio nova, mas o transmissor da FM e a manutenção do mesmo são mais baratos. Fala-se até em financiamento para isso e Caio Jr. acredita que vale o investimento, pois com a melhor qualidade de transmissão, terão mais ouvintes e o poder comercial dessas emissoras também vai aumentar. Ainda há a facilidade de poder ouvir FM pelo celular, por aplicativos.

Questionado sobre a influência da internet nos meios de comunicação, Caio comenta que, se usada com inteligência, torna-se uma aliada, pois permite acesso a infinitas possibilidades de programações. “Quem mais sofre é o jornal impresso, mas ainda estamos vivendo este processo. A internet já tem o conceito de ser de graça. É uma conta que o mercado publicitário vai ter que pagar, o que não está fácil”, acrescenta.

Migração

As emissoras de rádio que operam na frequência AM e quiserem migrar para FM poderão operar nas duas faixas por até cinco anos. Além disso, as quase duas mil emissoras AM terão um ano para decidir se mudam de frequência.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) estima que 90% das 1.784 emissoras AM passem a operar na faixa FM. “Nessa frequência, as rádios ganharão qualidade de áudio e de conteúdo, competitividade e alcance por meio de telefones celulares”, informou a associação. Os interessados na migração poderão protocolar requerimento no Ministério das Comunicações a partir de 1º de janeiro de 2014.