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Apreensões de drogas não acabam com o tráfico, apenas fazem migrar para outro lugar

12/10/2013

“Estamos enxugando gelo”, afirma o sargento Santos, da Polícia Militar, sobre o tráfico de drogas.

Apreensões de drogas não acabam com o tráfico, apenas fazem migrar para outro lugar

12/10/2013

“Estamos enxugando gelo”, afirma o sargento Santos, da Polícia Militar, sobre o tráfico de drogas. Segundo ele, as apreensões não acabam com o tráfico nem com o consumo de drogas, apenas faz migrar para outro local onde não esteja sendo tão monitorado.

Santos comenta que são sempre os mesmos, “prendemos os pais, os filhos, os netos, são sempre pessoas da família ou próximas”. Quando conseguem prender um traficante, logo que ele é solto já volta para o tráfico, dificilmente vai trabalhar. “No tráfico vê dinheiro na hora e em quantidade muito maior que trabalhando”, relata.

Para usuário de droga, não existe mais pena, é feito apenas um Termo Circunstanciado. De acordo com o sargento, essa mudança na Lei atrapalhou muito porque os usuários estimulam ainda mais o tráfico e pequenos traficantes acabam não sendo punidos, pois pequenas quantidades não caracterizam tráfico, é para consumo próprio.

O policial relata que os casos de homicídio, roubo e furto na maioria é envolvendo usuário de droga. “Eles não trabalham, roubam em casa e depois vão roubar na rua. Eles não vão assaltar para sustentar a família, eles querem sustentar o vício”, detalha. O crack é a droga que causa mais envolvimento e dependência e por isso tem estimulado muito o roubo para sustentar este vício.

O tráfico de drogas, segundo ele, é um mercado muito organizado. Cerca de cinco pessoas encomendam uma tonelada de droga, aí mandam para regiões diferentes e vai dividindo em quilos, em meio quilo até chegar, aos pequenos, em gramas. “Muitas vezes a encomenda vem de dentro da prisão, eles não ganham dinheiro, mas continuam com o poder e com outras pessoas trabalhando. Como vamos prender quem já está preso?”, argumenta. Ele explica que acontecem as prisões, mas os “cabeças” continuam com seu “braço direito” fora da prisão, que é um amigo ou até mesmo alguém da família.

“Eles só têm medo de serem presos pela primeira vez, porque é algo desconhecido, mas depois não”, afirma Santos. Antigamente o usuário, segundo ele, era o “coitado”, que não tinha oportunidade, hoje é até o filho de empresário. A faixa etária mais crítica é dos 12 aos 21 anos de idade.

Santos acredita que o tráfico tem aumentado muito e que atualmente se fazem grandes apreensões, de toneladas de droga, o que antes não era tão comum. “Não vencem o grande consumo de drogas”, relata. “Se não tivesse usuário não teria traficante”, completa.

Regiões com
mais apreensões

O cabo Castro, da 3ª Cia da Polícia Militar, faz um registro com controle das apreensões de drogas realizadas em Campo Largo.

Nas apreensões de cocaína, os bairros com maior registro são Bom Jesus e Aparecida. O Bom Jesus novamente é o bairro com maior apreensões, junto com o Cercadinho, nos casos envolvendo crack. Já nas apreensões de usuários com maconha, os bairros Itaqui, Aparecida e o centro são os que tiveram mais ocorrências.