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Dependentes

04/10/2013

Pastoral da Sobriedade realiza trabalho com dependentes

Dependentes

04/10/2013

A Pastoral da Sobriedade do Santuário do Senhor Bom Jesus trata qualquer dependência, sendo química ou não. Entende-se como dependência os vícios, manias, compulsões e até o pecado. Mas, principalmente, ajuda aqueles com dependência química, que têm suas vidas desestabilizadas devido às drogas.

Este é um ponto de apoio para quem precisa de ajuda no tratamento e também para as famílias que acabam adoecendo junto com o dependente e não sabem como agir. Segundo uma das agentes da Pastoral, Joseane Aparecida Valomi, psicóloga especialista em psiquiatria e dependentes químicos, geralmente quem busca a ajuda são os pais ou tios do dependente, quando já não aguentam mais, não sabem o que fazer e buscam encaminhamento para internar.

O objetivo da Pastoral é trabalhar toda a família, com base no programa Os Doze Passos, do Alcoólicos Anônimos, e na Bíblia (a Pastoral atende pessoas de qualquer religião e inclusive ateus). Segundo Joseane, é necessária a mudança de comportamento dos pais para poder ajudar os filhos.

Geralmente a droga é oferecida por um amigo, por isso é tão difícil dizer não, porque essa resposta negativa pode estar atrelada a não fazer mais parte daquele meio social. Para Joseane, a facilidade é um grande motivo para entrar nas drogas, mas também pode ser por problemas emocionais, educacionais, entre outros. Os dependentes costumam dizer que param a hora que quiserem e por isso é difícil buscarem tratamento por vontade própria.

Para o cônego Pedro, o grande problema de envolvimento com drogas “é porque não existe mais estrutura familiar, que está muito frágil, insuficiente. A pessoa não encontra na sua casa uma acolhida e na rua o caminho está aberto. Hoje cada um faz o que quer, os pais não exigem responsabilidade dos filhos”, afirma.

“É importante o despertar da família para orientar seus filhos sobre as drogas, antes de tudo acontecer. Muitas acham que não terão este problema em casa, mas é preciso pensar em constituir uma família já pensando em práticas de prevenção”, enfatiza Joseane, explicando que a droga está aparecendo muito cedo, até mesmo em crianças com 08 anos de idade.

Segundo a agente da Pastoral, os pais têm que diferenciar o que é de adulto e o que é de criança. Ela exemplifica que alguns pais permitem que filhos de 13 anos, por exemplo, bebam em casa, porque eles estão acompanhando, mas o jovem terá este costume e quando estiver no meio dos amigos não terá este controle dos pais. “O álcool baixa a consciência e é mais fácil o uso de outras drogas”, explica.
Outra situação é quando os pais acobertam os filhos e não deixam que eles tenham responsabilidade sobre seus atos. Ela dá o exemplo de quando um filho começa a roubar coisas do vizinho para comprar droga e os pais tentam negociar com este vizinho e pagam o prejuízo, explicam o problema de droga, mas assim só estão camuflando o problema. “Os pais precisam de ajuda para saber como agir e também se tratarem. Os filhos têm que ter responsabilidade sobre seus atos”, comenta.

Para Joseane, os pais devem educar seus filhos explicando que a droga dá um prazer momentâneo. Muitos só dizem que é ruim e não pode usar, mas na verdade quando eles tiverem a experiência vão sentir o prazer e falar que os pais estavam mentindo. Por isso, é preciso informar que existe este prazer, mas que as consequências são muito sérias e em muitos casos irreversíveis.