20/09/2013
Skate também é esporte para meninas
20/09/2013
O número de meninas que está passando horas e horas sobre um shape e quatro rodinhas tem chamado atenção em Campo Largo. Muitas encontraram neste esporte uma verdadeira paixão, a qual tem proporcionado diversas mudanças em suas vidas.
As roupas e tênis já começaram a ser diferentes – agora são mais estilosos e confortáveis para andar de skate. Algumas palavras e gírias passam a incorporar o vocabulário e andar de skate passa a ser para elas um novo estilo de vida. Mas o maior resultado na prática desse esporte é quanto à disposição no dia-a-dia delas.
Quanto aos meninos, elas não se intimidam e não ligam para as brincadeiras machistas; pelo contrário, isso as motiva ainda mais. Mostram que são capazes e, segundo o professor Darlei dos Anjos, são mais dedicadas que eles. O professor é criador do projeto Dos Anjos Street Skate, que é uma das oficinas do CRAS Meliane, realizada no espaço do Centro de Artes e Esporte Unificado – CEU (coordenado pela Nancy Franco).
O CRAS Meliane já tem cerca de 80 alunos - com idade que varia de cinco a 28 anos - inscritos para a oficina de skate, que teve início em agosto. As meninas participantes relataram que sempre gostaram de assistir programas de skate, gostavam de ver as manobras e agora têm a oportunidade de praticar. Algumas contam que já jogavam futebol e para elas não existe essa divisão de esporte de homem ou de mulher.
Cair, segundo elas, faz parte para poder aprender. Mas sempre andam com muito cuidado e nenhum acidente grave aconteceu. O professor sempre supervisiona, orienta e ensina novas manobras e diz que a evolução delas tem sido muito rápida. No projeto, Darlei ainda ensina sobre cidadania, conscientização sobre drogas e estimula para que tenham boas notas na escola e, assim, continuem participando do projeto. Elas aprendem também a importância de uma formação acadêmica.
Segundo Darlei, este é um esporte caro, porque todo mês é preciso comprar um novo shape, rolamentos e tênis, que desgasta rapidamente. Devido a isso, ele comenta que a mídia e empresas começaram a focar neste esporte, personalizar roupas e acessórios. Com isso, o preconceito em relação ao skate tem diminuindo muito. No projeto, as crianças utilizam os skates doados pelo professor.