Sexta-feira às 29 de Novembro de 2024 às 01:53:59
Geral

Operação Verão irá focar coleta e destinação do lixo marinho e urbano

Operação Verão irá focar coleta e destinação do lixo marinho e urbano

21/08/2013

Fonte:AEN-PR

A destinação correta dos resíduos sólidos urbanos e marinhos será o foco das ações do Governo do Estado no Litoral na temporada de verão. A informação foi dada pelo secretário do Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, durante a I Conferência sobre Lixo Marinho realizada nesta terça-feira (20), em Paranaguá.

Evento inédito no Paraná, a conferência reuniu cerca de 400 pessoas, entre moradores dos sete municípios do Litoral paranaense e de 15 Ilhas. Eles apresentaram propostas para a coleta e destinações do lixo urbano e marinho.

"O foco dos órgãos ambientais do Governo do Paraná para a operação verão será a destinação correta dos resíduos sólidos”, afirmou Cheida. “Vamos trabalhar de maneira conjunta para fazer com que os municípios deem continuidade às ações de educação ambiental, logística reversa, coleta e destinação do lixo durante o ano todo", disse o secretário.

Ele ressaltou que a geração de lixo durante a temporada de verão cresce cerca de 10% a cada ano e que o problema acúmulo de lixo nas ilhas precisa ser solucionado. "Há a necessidade de mudarmos radicalmente a administração das Ilhas no que se refere à questão da retirada de resíduos. Não é possível produzir lixo e acumular o meio ambiente até a próxima operação verão", afirmou Cheida.

A Secretaria do Meio Ambiente, Instituto das Águas e Instituto Ambiental do Paraná estão trabalhando para que o lixo seja retirado das ilhas de forma periódica, assim como acontece no continente. Em janeiro de 2012 foram retiradas 25 toneladas de lixo da Ilhas das Peças e Superagui que estavam acumuladas há dois anos.

ORIGEM DO LIXO - O oceanógrafo Paulo Fernando Garreta Harkot, mestre em saúde pública e epidemiologia e coordenador do Projeto Lixo Marinho em Santos, disse que 80% do lixo encontrado no mar são gerados em terra. Ou seja, pelas pessoas nas cidades. "Apenas 20% do lixo encontrado no mar é oriundo de navios, atividades pesqueiras e petrolíferas. O lixo que hoje está nas ruas, amanhã pode estar no mar", destacou o oceanógrafo.

Segundo Harkot, estima-se que todos os dias os oceanos brasileiros recebam 1 milhão de pessoas, resultando na geração de mil quilos de lixo por dia. Os dados fazem parte do Projeto Lixo Marinho, coordenado pelo especialista. O estudo também informa que o plástico é o principal tipo de resíduo encontrado nos oceanos.

Entre os problemas causados pelo lixo estão riscos à saúde e a segurança das pessoas e dos animais, perdas econômicas para a atividade pesqueira, aumento do custo para limpeza das praias, altos custos para o salvamento de animais e risco aos banhistas.

Paulo Garreta Harkot, que já trabalhou com gerenciamento costeiro em diversos Estados, orientou os técnicos do Paraná para incluírem a cultura do empreendedorismo e da inovação tecnológica nas pesquisas sobre resíduos sólidos marinhos. "O Paraná já se destaca em ações de meio ambiente no cenário nacional. No que se refere ao lixo marinho é importante caracterizar, medir, coletar, informar à população e coibir a destinação inadequada do lixo com políticas públicas", afirmou o especialista.

Durante a Conferência foi distribuída uma publicação, produzida pela Associação Mar Brasil e o Laboratório de Ecologia e Conservação da UFPR, sobre a integração da pesca artesanal paranaense com a conservação de golfinhos, botos e tartarugas marinhas.

CONFERÊNCIA - O coordenador de educação ambiental da Secretaria do Meio Ambiente, Paulo Roberto Castella, explica que o objetivo da Conferência é encontrar alternativas para solucionar o problema do lixo marinho e também colocar o assunto na pauta nacional. "As propostas da Conferência Livre sobre Lixo Marinho serão encaminhadas pelo Paraná à Conferência Nacional do Meio Ambiente", reforça Castella.

Participaram da Conferência em Paranaguá representantes do Instituto Parceiros do Mar e Projeto Surf Seguro, Centro de Estudos do Mar da UFPR, Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá, Instituto Mar Brasil, Marinha do Brasil, escolas, universidades e comunidades do Litoral.