16/03/2013
Fonte:AEN-PR
O pessoal ocupado na indústria do Paraná aumentou 2,08% em janeiro de 2013 em relação a janeiro de 2012, contra redução de 1,10% na média brasileira, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em dez Estados. Enquanto no Paraná, tal performance configura o 16º incremento seguido, no País o número expressa a 16ª diminuição consecutiva.
O resultado de janeiro de 2013 posiciona o setor manufatureiro do Paraná com o maior crescimento do País, sendo que apenas Santa Catarina (0,59%) e Minas Gerais (0,22%) também cresceram. O desempenho paranaense foi sustentado nas atividades dos seguintes ramos: fumo (17,13%), têxtil (15,56%), máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações (10,27%), produtos químicos (8,18%), produtos de metal (4,85%), minerais não metálicos (4,58%) alimentos e bebidas (4,03%), outros produtos (3,53%) e madeira (2,81%).
“Os indicadores do mercado de trabalho industrial reforçam a interpretação de vitalidade do complexo fabril do Paraná”, afirma o economista Gilmar Lourenço, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). “O Paraná, desde 2011, vem apresentado comportamento contrário à marcha descendente vivida pelo País, que é explicada pela ausência de crescimento econômico, fruto da retração dos mercados externos, por conta da crise, e da equivocada política econômica do governo federal que penaliza os investimentos”, afirma Lourenço.
Salários - Já o valor de salários reais (com dedução da inflação) pago em janeiro de 2013, em comparação com janeiro de 2012, caiu 0,29% no Paraná, contra incremento de 0,85% para a média brasileira.
“Mas 11 das 18 atividades pesquisadas registraram crescimento da massa de salários”, observa Gilmar Lourenço. O desempenho menos favorável foi concentrado em vestuário, calçados e couro (redução de 11,71), alimentos e bebidas (7,23%), meios de transporte (6,11%), madeira (4,72%), papel e gráfica (4,31%) e metalurgia (3,46%).
Em horas pagas, a indústria paranaense cresceu 1,72% (contra queda de 1,40% para o Brasil), também liderando o desempenho nacional. Além do Paraná, apenas Minas Gerais (0,38%) e Rio de Janeiro (0,08%) mostraram expansão.
Liderança – O Paraná preserva a liderança nacional também no indicador dos últimos 12 meses (até janeiro de 2013), em todas as variáveis do mercado de trabalho investigadas pelo IBGE. O pessoal ocupado subiu 2,04%, contra retração de 1,42% no Brasil; a massa real de salários cresceu 8,34%, mais que no Brasil, cujo crescimento foi de 4,08%. As horas trabalhadas aumentaram 0,99%, ante uma retração de 1,88% para o País.
Somente Paraná e Minas Gerais cresceram em emprego e horas trabalhadas. Os segmentos de maior destaque foram máquinas e aparelhos elétricos, refino de petróleo e álcool, alimentos e bebidas, têxtil, fumo, produtos químicos, metalurgia e minerais não metálicos.
No interior - Segundo o diretor-presidente do Ipardes, as estatísticas da pesquisa do IBGE confirmam a fase bastante dinâmica na geração de emprego e renda, de forma pulverizada no território do Paraná, puxada pela agroindústria, metalmecânica, petroquímica e construção civil.
Lourenço lembra que, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, o Paraná figurou no terceiro posto no País em participação da indústria de transformação nos empregos totais (18,6%) gerados em doze meses até janeiro de 2013, contra 7,6% para a média nacional.
“Além disso, é importante ressaltar que 86,9% dos empregos industriais abertos nesse período aconteceram no interior do Estado, corroborando a tendência de disseminação geográfica da expansão do mercado de trabalho industrial registrada pelo Paraná”, afirma o economista.
Segundo ele, houve também a influência positiva da maturação dos empreendimentos atraídos pelo Programa Paraná Competitivo que, em pouco mais de dois anos, totalizaram cerca de R$ 21 bilhões em projetos de investimentos industriais privados, multinacionais e nacionais, com potencial de criação de mais de 120 mil empregos totais.
“A recuperação da renda do agronegócio, movida pela supersafra de grãos e os elevados preços externos, a continuidade de implantação das fábricas do Paraná Competitivo e os efeitos das obras de infraestrutura, realizadas pelo governo estadual, devem assegurar a manutenção da firme tendência de dinamismo do mercado de trabalho no Estado. Só falta o cenário internacional e a política econômica do governo federal ajudar um pouco”, conclui Gilmar Lourenço.