Sabado às 30 de Novembro de 2024 às 12:30:45
Geral

Família denuncia omissão de socorro por motorista de ambulância da RodoNorte

Família denuncia omissão de socorro por motorista de ambulância da RodoNorte

15/03/2013

O caminhoneiro Carlos Alberto Baridotti (59), conhecido por “Baiano”, residente na Rondinha, morreu ao dar entrada no Centro Médico de Campo Largo, por volta da meia-noite de Quarta-feira (13), minutos depois que um motorista de ambulância da RodoNorte negou socorro a ele, na Base da empresa, no viaduto da Rondinha. Carlos era caminhoneiro há 41 anos, vivia na estrada, era conhecido e, inclusive, amigo do pessoal da base da concessionária, na Rondinha.

Alberto Baridotti, um dos filhos de Carlos, indignado com o não atendimento, explica que o pai chegou de viagem, de São Paulo, por volta das 18 horas. Não estava bem, e por volta das 23h30min., passou mal, em casa, com uma forte dor no peito. Estava sendo levado para o Pronto Socorro quando, ao passar pela Base da RodoNorte, no viaduto da Rondinha, vendo que a ambulância da concessionária estava na base, ele, o filho, resolveu parar para pedir socorro.

Omissão

“Paramos, explicamos a urgência do caso e o motorista da ambulância se negou a levar o pai para o hospital. Ele podia, o pai era caminhoneiro, vivia pagando pedágio na estrada, estava passando mal na rodovia, na base da RodoNorte. Um outro funcionário que conhecia o pai, até intercedeu junto ao motorista da ambulância, mas ele disse que se o pai não tinha Plano de Saúde, não poderia levá-lo para o hospital. Não ficamos mais de dez minutos ali, e vendo que não seríamos atendidos, fomos com ele para o Centro Médico”, explicou o rapaz.

“Quando estávamos na base da RodoNorte, o pai estava lúcido, com muita dor, mas falando. Quando chegamos ao Centro Médico, ele já estava em óbito. Talvez, se tivesse sido socorrido na ambulância da RodoNorte, com um atendimento emergencial, com um respirador artificial, com um desfribilador, poderia ter sido salvo, e mesmo se tivesse morrido na ambulância, nós estaríamos confortados, porque ele teria recebido socorro”, lamentou.

Alberto disse que voltou à base da RodoNorte, para informar que a ajuda do funcionário da concessionária já não era mais necessária, porque seu pai havia falecido.

A Reportagem da Folha entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da RodoNorte, para saber qual a posição da empresa, no caso específico. A empresa não divulgou nota, mas segundo o assessor de Imprensa, “a empresa não realiza atendimento clínico, apenas em casos de traumas, de acidentes”. No caso, segundo ele, “o procedimento correto foi o indicado pelos funcionários, uma vez que o paciente já estava embarcado, e seria mais fácil e rápido o encaminhamento imediato ao Centro Médico, como foi feito”.

A Assessoria de Imprensa da RodoNorte informou, ainda, que se um caso semelhante ocorresse em uma base longe da cidade, “certamente a ambulância teria sido utilizada para o socorro, mas como o Centro Médico de Campo Largo fica a apenas alguns minutos da base, e o paciente já estava sendo transportado pelo filho, esse transporte, por ambulância, de nada adiantaria para dar algum suporte à vida do caminhoneiro”. Lembrou que “a equipe, na base, não é composta com médico e era necessário, naquele momento, um atendimento médico, ambulatorial”.