01/03/2013

A restauração da Igreja São Sebastião, da Rondinha, teve início em 2010 e nos próximos dois meses ela deve ser concluída, junto com outras obras de melhorias.  O que impulsionou a restauração foi que o teto começou a se desfazer e pequenos pedaços caíam na cabeça dos fiéis durante as missas.

A construção da Igreja foi finalizada em 1906 e tinha uma pintura mais simples, até que em 1936 foi criado todo um conceito de Igreja por Anacleto Garbaccio, de uma forma mais idealizada e artística. Em 1986 a Igreja foi totalmente repintada por outro artista, criando um novo conceito, mas a pintura - feita com uma tinta mais rústica - descascou, arrancando também a pintura original de Anacleto.

Desde 2010 a restauração é feita por Gilberto Alberton Benevucci - que estudou na Itália na mesma escola que Anacleto - e seus assistentes. Segundo o diácono Anderson, Gilberto foi responsável pela restauração na Igreja Nossa Senhora da Piedade, na catedral de Curitiba e algumas capelas de Campo Largo.

Agora na Rondinha, ele está removendo a interferência da repintura de 1986 e recuperando a pintura original. “Devido à má qualidade da repintura, o teto estava descascando e caía na cabeça das pessoas. Então a arquidiocese de Curitiba aprovou a restauração e nos encaminhou para o Gilberto”, conta o diácono. Apenas a imagem do semeador foi completamente reconstruída porque não se pode recuperar a imagem original, as demais apenas estão recebendo retoques para preservar o original. As imagens de São João, São Lucas, São Mateus e São Marcos são algumas das que estão sem qualquer interferência, com pintura original de 1936, apenas as nuvens ao redor foram restauradas.

O diácono explica que a Igreja é construída pensando no povo, toda parte tem um significado, até mesmo a construção, no sentido norte-sul. “A Igreja é desenvolvida em Teologia, tudo é catequético, tem um significado, uma harmonia. A liturgia, história e arquitetura devem fazer parte do restauro”, comenta, dizendo que hoje se busca a originalidade na restauração, a qual é mais orientada que antigamente. Anderson ainda faz uma observação de que toda Igreja é pintada em degradê, mais escura na entrada, ficando mais clara quanto mais próximo do altar; e o mesmo acontece no sentido vertical, sendo no teto mais escuro e embaixo mais claro.

Paralela a esta obra, estão sendo reconstruídos os mármores e as portas. A iluminação também será nova, de forma mais indireta, com instalação de lâmpadas de led mais amareladas, que não deterioram as imagens, não esquentam e ainda valorizam as pinturas. O sistema de som também será modificado, com equipamentos mais adequados. Parte do piso do presbitério estava afundada e precisou ser reconstruída, sendo então colocado um piso similar, de azulejo, na semana passada. “O restante do piso na Igreja existe há mais de cem anos e então passará por limpeza e colocado um produto para proteção e conservação”, completa o diácono.

Toda a despesa com as obras é de dinheiro de paroquianos, que é levantado com rifas, festas e doações espontâneas. Nada é de dinheiro público, por isso é um processo lento, a medida que consegue verba. Somente o piso do presbitério teve um custo médio de R$ 15 mil. O diácono ainda não sabe dizer o valor total dos gastos, pois é preciso somar desde 2010 quando tudo for finalizado.

Igreja da Rondinha será dedicada e templo oficial do culto cristão

Daqui a alguns meses, a Igreja da Rondinha será uma Igreja dedicada, o que significa ser consagrada, usada exclusivamente para o culto. O Bispo dom Moacyr José Vitti virá à Igreja e colocará a relíquia sob o altar e vai ungir o altar com óleo - o mesmo que ordena os padres - transformando-o, assim, em local para o sacrifício de Cristo permanente. “Passa a ser um altar mais sagrado, mais reverenciado”, explica o diácono Anderson.

Para que isso aconteça, é preciso de altar fixo de pedra, que nunca mais poderá ser removido, o que faz parte desta atual reforma. Ainda serão fixadas 12 cruzes de mármore divididas em todo o espaço da Igreja - tornando-se um templo oficial do culto cristão.