Sabado às 30 de Novembro de 2024 às 04:31:54
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Economize água e seja penalizado

Economize água e seja penalizado

 

Consuma cinco metros cúbicos e pague dez!

 Por Heitor Fernandez*

 Se você está na faixa de consumidores de água com média abaixo de dez metros cúbicos, não vale à pena economizar. Parece existir uma prática criminosa de cobrança indevida. Se existe um relógio em cada residência para medir o consumo – por que cobrar taxa mínima de dez metros cúbicos? Taxa deveria ser cobrada se não houvesse um meio de mensuração. Isso é sem dúvida um desestímulo à economia. Quem economiza não têm nenhum benefício e ainda sofre penalidade. É isso mesmo! O cidadão está sendo penalizado por economizar água! Consuma cinco metros cúbicos e pague dez! A resposta da Sanepar seria: “cobramos porque está na lei”.

 Leis anacrônicas serviram em épocas remotas e devem ser reavaliadas - se está na lei, está na hora de mudar, principalmente numa época em que se fala tanto sobre a iminência de faltar água potável no planeta. Numa época em que a Itaipu promove todo ano o encontro denominado “Cultivando Água Boa”. Onde o foco é a preservação do fluído universal. Sem ele não existe vida, pessoas não deviam estar sofrendo sanções por economizar água.

 Se um cidadão tem em média o consumo de seis metros cúbicos e paga quatro a mais, a vontade é de jogar fora o remanescente em protesto. Lavar mais calçadas, demorar mais no banho e até jogar fora antes da data da leitura mensal. Surge o questionamento sobre por que pagar por um produto que não usou? A água é dele, do cidadão; vai pagar igual e faz o que quiser com ela! Até jogar no ralo já que se sente lesado.

 O mesmo cidadão que paga pela água que não usou se pagar a conta com atraso paga multa de 2% sobre a conta d’água e multa de 2% sobre a conta do esgoto. Isso é uma afronta, uma agressão moral. Não seria mais uma penalidade para quem vem sendo constantemente motivado através de propaganda a economizar água?

 

A Sanepar, não levando em conta as recentes denúncias da Polícia Federal sobre poluição ambiental, é considerada uma companhia modelo de gestão de mananciais para o mundo. Esse capenga paradoxo de exploração e desestímulo ao consumidor não combina com uma empresa modelo. É vergonhoso continuar essa prática que o consumidor não consegue ver, porque já está no DNA de cada um. Uma herança de pai para filho considerando o tempo de existência da instituição. Precisamos com urgência rever e remover esse entulho de política incorreta.

 *HEITOR FERNANDEZ é jornalista, publicitário, administrador de empresas e escritor.

Contato: heitorpress@primeiralinha.com.br