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Cônego

15/02/2013

Cônego afirma que renúncia do Papa é uma atitude nobre

Cônego

15/02/2013

“Para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor, quer do corpo, quer da mente; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice”.

Este é um trecho do discurso realizado pelo papa Bento XVI na segunda-feira (11), no qual renunciou seu cargo. Segundo o cônego Ivanir Leonardi, da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, “este é um dos gestos mais bonitos do papa, um ato de humildade.

O cônego explica que um bispo renuncia aos 75 anos. Deu o exemplo do bispo D. Pedro que por estar em boa saúde renunciou dois anos depois, mas há bispo que renunciou aos 67 anos porque não estava bem de saúde. “Administrar a Igreja toda é um desafio colossal. O papa já está com 86 anos, quem o conheceu pessoalmente fala da fragilidade dele. Já era prevista esta possibilidade de renúncia.

Quando um papa sentir dificuldade, é a coisa mais lógica a se fazer”, comenta o cônego Ivanir, explicando que os últimos cinco anos do papa João Paulo II quem comandou foi a parte administrativa do Vaticano, da qual o atual papa fazia parte.

A atitude do papa pedir perdão pelos seus erros foi elogiada pelo cônego Ivanir, que, segundo ele, mostrou sua humildade. “Tudo isso não é abandono, não é negação, é um gesto de abrir espaço para outra pessoa que tenha mais possibilidade de exercer o papado. Ele não tinha mais forças de continuar, fez um gesto nobre, mostrou como é grande o coração dele. Agora ele vai se dedicar ao mosteiro, onde até ele vai ter que obedecer”, explica ele, afirmando que a Igreja não terá nenhum problema com esta mudança.