11/02/2012
Saiba a melhor forma de voltar ao mercado
11/02/2012 Fonte: Band.com.br
Anos e anos de trabalho em uma mesma empresa. Afinco e dedicação. Porém, nem sempre este tipo de história tem um final feliz. Não é difícil encontrar trabalhadores que, por diversos motivos, tiveram que traçar novos caminhos em meio a um mercado dinâmico e competitivo como é encontrado hoje. Diante disso, profissionais no ramo de Recursos Humanos dividem experiências e dicas para aqueles que buscam um novo emprego.
“Muitos contam com alguns vícios vindos dos seus antigos trabalhos. Além disso, estes profissionais ficam acostumados com suas antigas rotinas e seus métodos de trabalho”, explica Larissa Pauke, responsável pelo departamento de recursos humanos da Band. “É importante que o profissional tenha mente aberta e desejo de aprender”, continuou.
Já Marcelo de Oliveira, consultor da empresa Raízen, vê a sinceridade como uma das grandes ferramentas do profissional durante sua apresentação na nova empresa. “Diga sempre a verdade. A mentira cai uma hora ou outra e isso pode ser frustrante para a pessoa e para a empresa. É muito válido ressaltar seus momentos de sucesso em sua empresa antiga. Saber ‘vender’ seus pontos fortes e mostrar que possui experiência no setor também é importante”, disse.
Características valorizadas
Outro aspecto apontado está relacionado à questão da adaptação. O candidato deve, antes de qualquer coisa, conscientizar-se de que passará novamente por um período de adequação. “Esperamos que o profissional esteja ciente de que uma nova página será escrita, ou seja, que por mais experiência que tenha, ele sofrerá a adaptação de uma nova realidade diante do mercado de trabalho, com novos valores, costumes e pessoas de diferentes crenças e idades”, explicou Fábio Guilherme, membro do R.H. da Fundação Cásper Líbero.
“As palavras que o candidato deverá ter em mente e em seu discurso, são: flexibilidade e iniciativa. Ele terá que ser flexível para adaptar-se e mostrar iniciativa para ajudar na sua transição”, completou.
O problema na vida real
Hoje funcionário de um escritório de contabilidade, o auxiliar Dimas Vander sofreu na pele a situação de ter que deixar uma empresa após anos de trabalho. “Trabalhei na área administrativa de uma faculdade por exatos 19 anos. Porém, uma empresa de São Paulo comprou a instituição, que estava indo à falência. A primeira medida foi demitir todo mundo”, explicou Dimas. “Ralei demais. Após 19 anos você tem um salário razoavelmente bom. Aos 52 anos, não achava nem a metade do salário em outra empresa”, continuou.
O profissional deve utilizar o conhecimento adquirido em sua última experiência para comprovar suas capacidades - Shutterstock Images/Divulgação
Dimas ainda ressaltou a dificuldade de pessoas mais velhas na competição com jovens recém-formados. “As empresas não apostam no cara mais velho, no caso eu, na época, com 51 anos. O fato idade é um peso nessa concorrência. As empresas querem ‘sangue novo’. É difícil concorrer com a molecada”, disse.
Para ele, a grande vantagem de se trabalhar muito tempo no mesmo local está relacionada à estabilidade, tanto econômica como psicológica. “Por outro lado, tem esse fator negativo. Se você é demitido de repente, até se colocar novamente é um pesadelo”, completa.
Experiente na empreitada de se conseguir um novo emprego, Dimas aproveitou para dar alguns conselhos. “Não existe um modelo a seguir. Mas é claro que a pessoa tem que se preparar e não criar a expectativa que aquele emprego será eterno, pois a ruptura causada pelo desemprego é grande na cabeça do camarada”.
“É preciso: estudar, ser bom naquilo que faz, ser dinâmico e armar-se contra uma possibilidade que pode acontecer a qualquer momento. É importantíssimo se profissionalizar, se você não tiver nada a oferecer o mercado não te absorve”, encerrou.