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Tragédia

26/01/2012

Três prédios desabam no Rio; equipes tentam encontrar desaparecidos

Tragédia

 26/01/2012 Fonte: Gazeta do povo

Mais de cem homens do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro trabalham na manhã desta quinta-feira (26) nas buscas de vítimas do desabamento de três prédios no centro da cidade. Há pelo menos 19 desaparecidos, segundo informou a Secretaria Municipal de Assistência Social, com base em relatos de parentes e amigos das pessoas que estariam no prédio. Cinco pessoas com ferimentos leves foram resgatadas na noite de quarta-feira e atendidas em um hospital próximo.

A causa do desabamento teria sido um possível dano estrutural, de acordo com autoridades. Os bombeiros usam cães farejadores, retro-escavadeiras e equipamentos hidráulicos na operação de busca e salvamento.

Os desabamentos ocorreram pouco antes das 21h30, horário de baixa circulação de pessoas no centro do Rio e de menor movimento nos prédios comerciais. Os prédios que ruíram tinham 10, 20 e 4 andares e ali funcionavam escritórios de empresas e lojas de diversos serviços, incluindo uma agência bancária no térreo. Eram prédios antigos e históricos, ao lado do Teatro Municipal, que foi restaurado recentemente e é um dos pontos turísticos do Rio de Janeiro.

Para atender às famílias, foram montados dois núcleos de atendimento – um na Câmara Municipal do Rio e outro em uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF). Os dois locais estão próximos aos prédios que desabaram. Os atendimentos são feitos por funcionários da Defesa Civil e a prefeitura.

As cinco pessoas feridas foram retiradas dos escombros e levadas para o Hospital Municipal Souza Aguiar. Não há detalhes sobre o estado de saúde dos quatro homens e mulheres.

Vários carros que estavam estacionados na região ficaram cobertos de poeira em decorrência dos escombros. Edifícios localizados em volta dos prédios desabados também ficaram encobertos, como o prédio no qual funcionava uma agência do Banco Itaú e uma padaria. Nas proximidades também fica o tradicional Bar Amarelinho, que reúne políticos, artistas e jornalistas há décadas.

Região está interditada

Ruas e avenidas perto do local foram interditadas e não há prazo para serem reabertas. Prédios próximos também foram isolados e interditados pela Defesa Civil. Algumas estações do metrô perto do desabamento serão interditadas por precaução.

 

Prédio passava por reformas

O prédio de 20 andares, que desabou por volta das 20h10m, na Avenida 13 de Maio, na Cinelândia, área central da capital fluminense, estava passando por reforma no quinto andar. As paredes divisórias tinham sido retiradas recentemente e no local foi aberto um grande salão.

De acordo com as equipes do Corpo de Bombeiros que trabalham no local, apenas o zelador de nome Marcelo, que foi retirado com vida dos escombros, disse que no momento do desabamento apenas ele estava no prédio. Antes, porém, foram ouvidos três estalos, quase simultâneos, e quem passava na hora conseguiu correr.

Foi o caso do auxiliar de manutenção, Júlio César de Oliveira Brandão, 40 anos. “Após o terceiro estalo seguido, o prédio desabou. Caiu de uma vez. Houve muita fumaça, que tomou conta de toda a região da Cinelândia. O prédio caiu de lado. A queda provocou um estouro”, disse.

O edifício ao lado, de número 46 da Avenida 13 de Maio, com cinco andares, também foi atingido e desabou parcialmente. O servidor público Aloísio Pereira, de 41 anos idade, também passava na hora do desmoronamento. Segundo ele, “a queda foi rápida, com um estrondo muito forte, e muita fumaça tomou conta da área”.

O médico anestesiologista do Hospital dos Servidores do Estado (HSE), José Antonio Diniz, mora nas proximidades da Cinelândia. Ao saber do desabamento pela televisão, foi de moto para o local, e apresentou-se como voluntário. Ele ajudou a retirar dos escombros o zelador de um dos prédios, que aparentemente estava bem e deu informações importantes sobre a logística do prédio.

José Diniz disse ainda que chegou ao local praticamente junto com as equipes do Corpo de Bombeiros. “Há escombros em uma altura de 30 metros e ainda há fumaça no local. O prédio tem dois elevadores e os bombeiros concentraram as buscas por vítimas nas áreas próximas ao elevadores”, declarou.


Familiares esperam notícia de parentes que estavam em prédios

O advogado Guilherme Sousa, de 28 anos, aguarda, na Câmara dos Vereadores, notícias sobre a irmã, Sabrina Padro, programadora, que havia acabado o expediente no prédio 44 da Avenida Treze de Maio e se encaminhou para um curso, no mesmo edifício, na hora do desabamento.

"No Centro de apoio (montado pela prefeitura na Alerj), há cerca de 80 pessoas esperando informações sobre seus familiares", afirmou.

Guilherme soube da tragédia através do telefone do noivo da irmã e desde a noite de quarta-feira procura alguma informação sobre o paradeiro de Sabrina.