25-01-2012
Porcelana Schmidt vai gerar mais 250 empregos em Campo Largo
25-01-2012 Fonte: Prefeitura da Cidade de Campo Largo
A fábrica de porcelanas Schmidt deu início a mais uma etapa do processo de enxugamento de custos e recuperação de margens que começou há 15 meses, quando estava prestes a fechar as portas. A empresa vai desativar a unidade de Mauá, interior de São Paulo, e transferir para Campo Largo, o trabalho de decoração de peças que era executado lá.
Naquela cidade serão feitas 250 demissões até o fim de janeiro e o restante do pessoal, de um total de 389, deve receber o aviso de desligamento em fevereiro e março.
Com a vinda da unidade de Mauá para Campo Largo, a empresa deverá gerar cerca de 250 novos empregos em nossa cidade.
Campo Largo ganha
O anúncio da transferência da unidade para Campo Largo foi feito pelo Presidente da Schmidt Nelson Lara, em coletiva à imprensa na quinta-feira (19), com a presença do Prefeito Edson Basso, Vice-Prefeito Dante Vanin e Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico Valdemar José Cequinel. O Prefeito Edson Basso ressaltou que Campo Largo ganha muito com a transferência da fábrica de Mauá para nossa cidade, não apenas com a geração de 250 novos empregos, mas também com a sensível melhoria na arrecadação municipal, pois a Schmidt tem faturamento de cerca de R$ 7 a 8 milhões por mês.
Recuperação econômica
A Porcelana Schmidt está em franca recuperação econômica. Com a desativação da fábrica de Mauá, a empresa deve vender o terreno de 70 mil metros quadrados localizado no centro do município paulista, avaliado em cerca de R$ 40 milhões, e usar o dinheiro para o pagamento de dívidas e para fazer investimentos em modernização.
Parte da estratégia executada até agora já envolveu a negociação de ativos. A Schmidt tinha 69 imóveis, entre urbanos e áreas de reflorestamento, e metade foi vendida para quitar débitos trabalhistas (R$ 15 milhões em 2011), impostos atrasados e empréstimos. A empresa, que entrou em recuperação judicial em 2008, ainda acumula dívidas de R$ 200 milhões, mas seu presidente, Nelson Lara, garante que o pior já passou. "Em novembro e dezembro voltamos a operar no azul", conta.
O faturamento, que foi de R$ 70 milhões em 2001, despencou para R$ 46 milhões em 2010 e, no ano passado, chegou a R$ 75 milhões, mas com prejuízo de R$ 8 milhões no exercício. Com os planos em andamento, o objetivo é alcançar R$ 120 milhões em receitas em 2012 e, com o fechamento de Mauá, que gerava R$ 1 milhão em prejuízo por mês, voltar a dar lucro. Os investimentos para este ano estão estimados em R$ 6 milhões.
Nelson Lara estava afastado da Schmidt desde 2001, depois de ter trabalhado 23 anos na área comercial. Ele foi casado com uma das sócias e estava atuando como consultor quando foi chamado para voltar, em setembro de 2010.
Concorrência chinesa
Entre julho e agosto de 2010, a fabricante de porcelanas criada em 1945 ficou sem produzir por 45 dias. "Os 1,1 mil empregados estavam sem perspectivas de futuro, não havia estoque e clientes e fornecedores não tinham expectativas", lembra Lara. Foi com a antecipação de R$ 1,5 milhão feita por dois clientes que a produção recomeçou. "Compramos matéria-prima, demos R$ 400 para cada empregado e pedimos para eles voltarem a trabalhar", lembra.
A concorrência com a porcelana chinesa, hoje dona de aproximadamente 60% do mercado brasileiro, fez mal para a Schmidt, mas na opinião de Lara foram decisões erradas que levaram a empresa a se afundar.
Na sua avaliação, a empresa errou ao promover especializações das fábricas, a partir de 1994. Em Pomerode (SC) são feitas xícaras, pires e canecas; de Campo Largo (PR) saem pratos, travessas e bules; e em Mauá (SP) era feita a decoração das peças, com pintura e colocação de decalques.
"A logística ficou complexa", afirma o executivo. "O custo de ter três unidades não fazia mais sentido", diz, sobre a decisão de fechar as portas de uma delas.
Um forno de decoração já foi transferido para o Paraná há cinco meses e outro virá em breve.
Em Campo Largo, a empresa contratou 200 pessoas e outras 50 devem ser chamadas.