19/01/2012 Fonte: Prefeitura da cidade de Campo Largo
Há mais de 80 anos árvores da espécie Magnolia grandiflora conhecidas popularmente como Magnólia branca, fazem parte da arborização do centro de Campo Largo. Elas estão na Praça Atílio de Almeida Barbosa, - a Praça da Igreja Matriz - desde 1930, época em que foram plantadas por João Obrete com a ajuda de Atílio de Almeida Barbosa, outro importante campo-larguense que inclusive nomeia o local. Algumas das 26 plantas correm o perigo de não sobreviver nos próximos anos, por isso, a Prefeitura iniciou nesta semana um delicado trabalho de recuperação. De acordo com a Técnica Florestal da Secretaria Municipal de Meio Ambiente Thaís Camila, elas apresentam danos muito avançados, “possuem cavidades amplas e profundas podendo comprometer sua sustentação, nesse caso é necessário usar a técnica chamada Dendrocirurgia”, explica.
A Dendrocirurgia é uma técnica que objetiva a recuperação de árvores, através da eliminação de tecidos necrosados, especialmente na região do tronco, com a posterior desinfecção com substâncias adequadas, Thaís conta que as grandes cavidades serão preenchidas com material de alvenaria: “para dar sustentação a planta, interromper a progressão da necrose e obter a cicatrização da lesão” - esclarece. Para a esterilização e proteção das feridas, será utilizada uma substância chamada “pasta bordalesa” que é formulada a base de cal, sulfato de cobre e água.
O Secretário Municipal de Meio Ambiente, Fabiano Andreassa, destaca que a manutenção
do paisagismo e a arborização têm grande importância para o bem estar da população de uma cidade, “melhora a qualidade do ar, reduz a propagação do som, entre tantos outros benefícios, além de colaborar com sua beleza estética”, ressalta. Andreassa também lembra que este trabalho possui uma relevância histórica para Campo Largo. “Seria mais fácil substituir estas plantas por outras, porém devemos lembrar do trabalho e cuidado de quem as plantou e as viu crescer junto à cidade”, diz. Este também é o sentimento de Sofia Rodrigues que brincou nos galhos das Magnólias na década de 60. “Dava pra passar de uma para outra pelos galhos, eu e muitas outras crianças brincávamos de se esconder, que bom que vão cuidar delas” - declarou. Quem também está feliz com a recuperação das árvores é a professora Alvina Rose Obrete, filha de João Obrete, o campo-larguense que pode ser considerado um dos maiores arboristas do município. “Meu pai foi de carroça buscar as mudas na Serra do Mar, ele cuidava tanto que não deixava ninguém amarrar os cavalos nelas, chegou até a clocar uma cerca em volta”, conta.
Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, todas as etapas do trabalho se estendem por aproximadamente dois meses, devido ao período de chuva.