Sabado às 23 de Novembro de 2024 às 08:58:40
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Cadastro para doadores de medula óssea tem mudança de idade máxima dos 55 para 35 anos

Pessoas que se cadastraram antes de julho de 2021 ficarão ativas no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) até completarem 60 anos

Cadastro para doadores de medula óssea tem mudança de idade máxima dos 55 para 35 anos

Anunciadas em julho de 2021, as portarias do Ministério da Saúde atualizam para tendências internacionais a estratégia visando à localização de doadores compatíveis no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), conforme informou a Agência Brasil. Desde então, no país os cadastros para doadores de medula óssea passaram da idade máxima de 55 anos para 35 anos e também permitiu a redistribuição de cotas de cadastramentos nos estados.

A Folha conversou com Liana Andrade Labres de Souza, diretora do Hemepar, e com a hematologista Dra. Claudia Lorenzato sobre as mudanças no cadastro, as quais explicaram que foram grandes readequações feitas pelo Ministério da Saúde.

A mudança que mais chama a atenção é justamente a redução na idade dos doadores. O que foi explicado é que hoje a média de idade de doadores voluntários não-aparentados de medula óssea no país é de 32 anos, o que contribuiu para a redução. Hoje, pessoas com idades entre 18 e 34 anos podem se cadastrar fornecendo dados pessoais e uma amostra com cerca de 10 mls de sangue coletado na unidade onde está sendo realizado o cadastro.

Segundo matéria divulgada pela Agência Brasil, 80% dos doadores no último ano tinham até 40 anos. Nos últimos três anos, 67% dos doadores cadastrados tinham entre 18 e 35 anos de idade. Então, a chance de uma pessoa que se cadastra mais velha ser selecionada para doar é menor, informando inclusive que há países que o limite hoje é de 30 anos.

Vale ressaltar que as pessoas com idade superior a 35 anos já cadastradas no Redome permanecerão com seus nomes no banco de doadores até os 60 anos – idade limite para doação no modelo anterior – e precisam manter seus dados atualizados.

Além disso, apontam que há pesquisas que mostram que doações feitas por pacientes mais jovens, o resultado do transplante tende a ser melhor sucedido, com menor taxa de complicações e óbitos.

Limitar a idade diminui as chances de encontrar um doador?
“Não, não vai limitar as chances de encontrar um doador compatível com o paciente que está precisando. Isso porque a representatividade brasileira no banco é muito grande e é justamente isso que conta”, destacam as profissionais.

Houve mudança na redistribuição de cotas (cadastros disponíveis por mês) para cada estado e o Paraná foi um estado que recebeu redução. Isso aconteceu porque a Região Sul do Brasil possui uma grande representatividade no Redome – grande número de pessoas cadastradas – então, é preciso fornecer mais cotas para estados e regiões com representatividade menor, como Norte e Nordeste do país.

Outros países
Conforme divulgação da Agência Brasil, o Redome é um registro grande em números e diversificado em termos genéticos. Ele tem média de 200 mil a 250 mil cadastros por ano, mas ainda que dobrasse de tamanho, não seria possível atender 100% dos pacientes brasileiros, pois tem pacientes brasileiros com características de outras populações. É por isso que pacientes que não têm doador compatível no Redome realizam transplantes com doadores de outros países, o que representa hoje 30% dos transplantes no Brasil e irá continuar acontecendo.

Dos quase 5,4 milhões de doadores cadastrados no Redome, 2.356.352 foram de novos cadastros desde 2012, totalizando 2.984 transplantes de medula óssea de doadores não-aparentados realizados no país. Os doadores cadastrados representaram 70% desses procedimentos.

O desafio e a meta do Redome consistem em aumentar a fidelização dos doadores, por meio da atualização constante do cadastro. Para atualizar seus dados cadastrais (para doadores) acesse: http://redome.inca.gov.br/ . Pessoas com hepatite C, HIV e cânceres agressivos, entre outras doenças, não podem ser doadores de medula óssea.

Como se tornar doador
Para orientações sobre como se tornar um doador voluntário de medula óssea procure o Hemepar por meio do telefone 0800 645 4555 ou pelo site http://www.conselho.saude.pr.gov.br/servicos/Saude/Atencao-a-Saude/Agendar-doacao-de-sangue-no-Hemepar-xv3Kqxo1.