Sabado às 23 de Novembro de 2024 às 09:27:30
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Presidente da RodoNorte fala sobre término de contrato e prestação de serviço

Cerca de dois mil funcionários serão desligados até o próximo mês e município também deixa de receber repasse mensal da concessionária

 

Presidente da RodoNorte fala sobre término de contrato e prestação de serviço

No dia 27 de novembro termina o contrato de concessão das rodovias do Anel de Integração do Paraná que atualmente são de responsabilidade de seis concessionárias: Econorte, Viapar, Ecocataratas, Caminhos do Paraná, CCR RodoNorte e Ecovia. Uma malha de 2.493 Km de rodovias administradas pela iniciativa privada e mantidas com a cobrança da tarifa de pedágio que forma um polígono geométrico interligando Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, Foz do Iguaçu, Campo Mourão, Maringá, Paranavaí, Londrina e Paranaguá. 

A região de Campo Largo é administrada pela CCR Rodonorte, concessionária responsável por 487 quilômetros - BR-277 e a BR-376, que ligam Curitiba a Ponta Grossa e às principais cidades no norte do Estado; e a PR-151, entre Ponta Grossa e Jaguariaíva; a BR-373 e a PRC-373, trechos localizados no perímetro urbano de Ponta Grossa e que fazem ligação com as rodovias anteriores, nas saídas para as regiões norte e central do Paraná, interior de São Paulo, além de Foz do Iguaçu. A CCR RodoNorte também realiza a manutenção de outros 80 quilômetros de rodovias de acesso, onde não existe a cobrança de pedágio.

A Folha conversou com Thais Labre, diretora-presidente da CCR RodoNorte, para saber mais sobre o trabalho realizado como também como será esse encerramento de contrato. “Uma história sendo concluída. Algo que foi combinado de ser concluído em 2021. A Rodonorte chega na reta final entregando tudo que estava previsto no contrato, somado às obrigações do acordo de leniência, inclusive com algumas antecipações, como as duas obras que envolvem Campo Largo”, declara.

Operacionalmente a Rodonorte deixa de ser ativa a partir do dia 28 de novembro deste ano em relação aos serviços prestados por ela - atendimento, conservação, obras -, mas a empresa, o CNPJ, continua existindo porque tem compromissos fiscais que seguem. Assim, será feito o desligamento de todos os seus colaboradores, são cerca de duas mil pessoas. Thais diz que esses desligamentos já estão acontecendo, com um calendário ativo de boas conversas com todos, mas um processo muito difícil porque são 23 anos de história.

“Não é muito simples. Por Campo Largo passam cerca de 63 mil veículos
por dia e ocorre um atendimento a cada 7 minutos no corredor
Campo Largo a Curitiba”, destaca Thais

“A RodoNorte foi criada especificamente para atender o contrato de concessão até aqui, não pode participar de um próximo. Termina a história da Rodonorte com este contrato”, explica, detalhando que é uma concessionária de tantas outras que a CCR administra, grupo que tem contratos de concessão da Bahia ao Rio Grande do Sul.

Sobre sua posição na empresa, diz que tem muita história junto com a CCR, mas ainda não tem nada definido para sua posição. Hoje a preocupação são os demais, tentar acomodar essas outras pessoas, pois não é um assunto simples de resolver. “Preocupação da folha de pagamento e de pessoas que geram renda nos municípios também. Os tentáculos dela suplantam a faixa de domínio da RodoNorte, um impacto significativo no Paraná. CCR ganhou a concessão dos quatro principais aeroportos e tem que verificar mobilidade dos profissionais, avaliar o impacto dos colaboradores da melhor maneira possível”, argumenta, citando também o repasse mensal que é feito pela Rodonorte para 19 Prefeituras. Apenas para Campo Largo, o acumulado de janeiro a setembro deste ano foi um repasse de R$ 1,9 milhão. “Um orçamento que as prefeituras estão acostumadas a receber há 23 anos”.

Sobre a estrutura da concessionária formada durante estes anos, Thais explica que o contrato estabelece que no final é preciso deixar o sistema operacionalmente funcionando. A praça de pedágio é entregue em condições de funcionamento e serão entregues ao Governo do Paraná 39 veículos – guincho leve, guincho pesado, ambulância, pipa e veículo de inspeção.

“Acreditamos no novo programa de concessão que está surgindo, traz conceitos de concessão atualizados. Queremos olhar para o futuro deste Estado de muita produção, de um povo trabalhador. Estamos prontos para apoiar o governo em qualquer decisão que tome”, declara Thais, quando questionada se existe possibilidade de prorrogar contrato por mais um ano até que novo modelo seja efetivado.

Ela ainda exemplifica que não é uma logística muito simples de administrar, pois somente por Campo Largo passam cerca de 63 mil veículos por dia e ocorre um atendimento a cada 7 minutos no corredor Campo Largo a Curitiba. “Desejo sorte a apoiamos toda operação de transição porque sabemos da importância para a economia do Estado”, completa.

Ela deu exemplo da Nova Dutra em que o contrato tinha vencido em fevereiro deste ano e o Governo renovou contrato até que acontecesse uma nova assinatura de concessão. Foi feito um aditivo de prorrogação emergencial e a rodovia continuou assistida. Assim, a Rodonorte já se colocou à disposição do Governo do Paraná.

Fala-se muito que a RodoNorte tem uma das tarifas mais caras, mas Thais enfatiza que as tarifas foram estabelecidas no edital de concorrência e seguiram o que estava no contrato, uma tarifa usada para remunerar as obras. “É possível ajuste deste valor se não houver realização de obras. Queremos manutenção do atendimento e dos empregos”.


CCR
O Grupo CCR é uma das maiores empresas de concessão de infraestrutura da América Latina. Atua nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana, aeroportos e serviços. Hoje, a companhia é responsável por 3.955 quilômetros de rodovias da malha concedida nacional, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sob a gestão das concessionárias CCR NovaDutra (SP-RJ), CCR ViaLagos (RJ), CCR RodoNorte (PR), CCR AutoBAn (SP), CCR ViaOeste (SP), CCR RodoAnel (SP), CCR SPVias (SP), Renovias (SP), CCR MSVia (MS), CCR ViaSul (RS) e CCR ViaCosteira (SC).

Foi também responsável pelo primeiro contrato de concessão de rodovia do País, com a CCR Ponte, responsável pela Ponte Rio-Niterói no período de junho de 1995 a 31 de maio de 2015. Além disso, o Grupo CCR está presente no segmento de transporte de passageiros por meio das concessionárias ViaQuatro, ViaMobilidade, CCR Barcas e CCR Metrô Bahia.