Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 05:29:06
Geral

O peso financeiro de ser pai

Nem todos conseguem se planejar financeiramente para serem pais, mas esse é um fator bem importante para garantir à criança o crescimento em um lar saudável, com a estrutura necessária e também para que ela

O peso financeiro de ser pai

Nem todos conseguem se planejar financeiramente para serem pais, mas esse é um fator bem importante para garantir à criança o crescimento em um lar saudável, com a estrutura necessária e também para que ela aprenda desde cedo a necessidade de possuir um controle e planejamento financeiro.

O pai, consultor e planejador financeiro Antonio Carlos Gomes Junior explica um pouco sobre essa jornada, que é a mais importante da vida do homem e também o papel da educação financeira e construção de um futuro para o filho: “Ser pai é algo maravilhoso, e comecei a perceber no dia do nascimento do meu primeiro filho, o Gustavo, hoje com 11 anos. Durante a gravidez tinha uma leve noção, mas nada comparado ao dia que o vi pela primeira vez e o segurei em meus braços. Naquele momento veio uma mistura de sensações que iam da euforia, ao medo, da força até o mais leve toque. Percebi que eu tinha a responsabilidade de amar, educar, ensinar, corrigir, proteger, orientar e divertir ele. E com isso veio a questão financeira, ou seja, isso custa, muda a nossa vida, transforma nossas prioridades, eleva nossas percepções e sensações”.

Ele explica que como pais responsáveis, civil e legalmente falando, por inúmeras coisas, como estudo, alimentação e um lar, também é o início de ter uma pessoa que depende de para tudo e que usa parte do dinheiro, da receita da família, “sem pedir licença”. “E em muitos casos em uma proporção muito grande desta renda. O gasto com um filho do nascimento à formação acadêmica, em muitos momentos, é maior do que o gasto com nós mesmos. Isso considerando gastos com consumo (alimentação, moradia, entre outros) e gastos com investimentos (reservas e aposentadoria). E ainda, o gasto até os 15 anos é considerável, mas quando olhamos para o gasto a partir dessa idade chega a assustar. É um miniadulto, com necessidades, desejos e capacidade de consumo iguais e na maioria das vezes alguém que não produz nada”, diz. Por isso, segundo o consultor, o ideal é que o casal planeje a vinda de um filho, preparando-se algum tempo antes e conforme ele cresça, estabeleça reservas para gastos que possam vir a ter, como a faculdade, por exemplo.

Seguro de vida e reserva de emergência
Embora essa seja uma preocupação que acometa muitos dos que têm filhos, mais do que considerar esse fato, é importante agir para que tudo esteja bem estruturado. “Falando diretamente sobre a forma como eu penso e também como indico às pessoas, como é minha responsabilidade, tenho que estabelecer formas de resolver isso. Pelo menos do ponto de vista financeiro há como ter um bom seguro de vida. E ainda, combinar com a mãe da criança, ou alguém responsável como você gostaria que isso fosse gerido e resolvido. Parece absurdo, mas é ser prudente”, orienta.

“Da mesma forma, se o pai perde seu emprego ou sua fonte de renda é reduzida, virá a necessidade de ser versátil e ágil. Por isso recomenda-se que, então, você se prepare para eventuais momentos difíceis antes que eles aconteçam. Tenha uma reserva de emergência, que é basicamente algo que dure cerca de seis meses, atendendo seu consumo básico nesse período. E essa reserva deve estar em uma aplicação de fácil acesso e com baixo risco”, indica.

Um bom preparo para a velhice também fará com que o filho não tenha como preocupação principal ajudar os pais. Dentro da mesma perspectiva, um filho que possui um bom embasamento sobre gerência do seu próprio dinheiro, dificilmente necessitará de ajuda dos pais no futuro, quando já adulto.

“Então resumindo, ser pai, financeiramente falando, é: preparar-se para a vinda do filho; prevenir-se para emergências ao longo da vida; preparar-se para despesas futuras e previstas durante as fases de educação e crescimento da criança/adolescente; preparar-se para o seu momento de parar de trabalhar, para que não depende de ninguém e mantenha sua independência pessoal e financeira. Fora isso, ser pai é a tarefa mais gratificante e espetacular das nossas vidas. Então, seja financeiramente organizado. Mas foque principalmente naquilo que dinheiro algum compra: amor, carinho e atenção”, conclui.