Ketlin precisou de doações de sangue no último final de semana e uma grande corrente se formou para ajudá-la. A jovem é irmã de Matheus Sant Helena Pereira, que faleceu aos 23 anos, no dia 29 de janeiro dest
No último final de semana muitas pessoas acabaram recebendo mensagens sobre a necessidade de doadores de sangue em prol da jovem campo-larguense Ketlin Sant Helena Pereira, que havia sido diagnosticada com Leucemia Mielogênica Aguda. Além desta doença, a jovem também está tratando de pneumonia e trombose.
“Eu comecei com os sintomas há três semanas, com febre e suava muito. Tive sintomas de gripe, mas uma gripe muito forte e achei que eram sintomas normais por causa do clima. Fui para o Centro Médico com dores muito fortes nas minhas panturrilhas e o médico que me examinou me liberou para casa, diagnosticada com dores musculares. Na mesma semana eu tive pontadas no peito, bem fortes, falta de ar e a febre que nunca passava, voltei no CMH, me deram um remédio para tomar em casa, sem fazer nenhum exame”, relembra Ketlin.
“No dia 21 de julho eu fui à tarde no CMH e tava muito cheio e não consegui esperar porque estava muito mal. Fui para casa, e de madrugada eu chorava, gritava porque doía muito, então me levaram novamente ao CMH, não pediram exames, só me deram remédio novamente e mandaram para casa. Eu passei o dia todo mal e à noite, quando minha mãe e meu marido chegaram em casa, me levaram às pressas para o CMH novamente, me internaram e eu praticamente obriguei eles a pedirem exames, porque falavam que não era nada. Meus hemogramas vieram todos alterados, fizeram em quatro laboratórios diferentes para certificar, um deles era o Hospital de Clínicas e eles pediram para me transferir porque suspeitavam de leucemia”, segue contando.
Quando chegou ao HC, foi internada com urgência e, além da confirmação da leucemia, foi diagnosticada com pneumonia e trombose, que agora estão sendo tratadas pela equipe.
A jovem relata que já se sente melhor. As quimioterapias já estão fazendo efeito e quase todas as células malignas foram eliminadas. O tratamento será realizado com quimioterapias de 24 horas de duração, fazendo com que Ketlin fique internada por um mês. Após esse um mês internada, Ketlin terá uma rotina bem intensa, com três dias em casa e três dias internada no HC. Ela precisará do transplante de medula óssea, mas será feito ao final do tratamento, que tem previsão de durar seis meses.
Ela relata que os efeitos colaterais das quimioterapias já estão aparecendo, com muitas feridas na boca, tontura e mal-estar. Nesta quarta-feira (31), a dentista precisou remover o aparelho ortodôntico que Ketlin usava.
Campanha
Ketlin conta que se surpreendeu com o resultado da campanha e a mobilização de várias pessoas para ajudá-la com a doação de sangue. “Isso está ajudando muita gente, não somente a mim. Tem muitas pessoas que estão tratando e precisam muito também. O HC é um hospital maravilhoso e acredito que não teria lugar melhor para eu estar.
A jovem é irmã de Matheus Sant Helena Pereira, que faleceu aos 23 anos, no dia 29 de janeiro deste ano, após sofrer um acidente doméstico em uma piscina. Segundo publicado na época pela Folha de Campo Largo, ele estava brincando na piscina da chácara da família, quando realizou um mergulho e acabou batendo a cabeça no fundo da piscina. À época, Matheus precisou de doações de sangue e também houve uma grande mobilização, a qual Ketlin hoje agradece.
“Eu não tenho como retribuir por todas as doações e orações que têm sido feitas. É um ato de carinho e amor pelo próximo, só digo que Deus vai abençoar muito a vida de vocês. Agora vou manter a fé, entendo que não será fácil ficar um mês longe da minha família, dos meus filhos, em um quarto, mas graças a Deus, Ele me dá força e só resta esperar”, conclui.
CMH
A Folha procurou o CMH para se posicionar sobre o atendimento, que disse que “por se tratar de um centro dedicado a atender emergências médicas, foram tratadas as queixas da paciente. Somente quando retornou com quadro mais grave é que foram pedidos exames pelo médico e constataram a doença. Porém, o ideal teria sido procurar o atendimento em uma Unidade Básica de Saúde”.