Apesar destes últimos dias terem sido de temperaturas mais amenas e agradáveis, alguns motoristas enfrentam problemas quando há frio intenso, especialmente quem não dispõe de um espaço coberto para guardar os veículos. Pela manhã, às vezes na pressa de levar as crianças para a escola ou para ir ao trabalho, o carro não quer pegar ou leva muito tempo, até que o motor aqueça e faça com que ande.
Gilberto Kusco Junior, técnico automotivo e proprietário da Xenon Centro Automotivo, explica que o problema mais recorrente durante o frio é que o óleo do motor acaba ficando mais pesado, dificultando a partida, quando há geada mais intensa, pode haver inclusive o congelamento. “O proprietário deve estar sempre atento a quaisquer sinais de falta de partida, além de trocar o óleo dentro da data certa para cada modelo. Caminhonetes a diesel possuem velas aquecedoras, que podem queimar com facilidade e precisam ser trocadas; o diesel congela bem mais rápido.  A bateria precisa ser de boa qualidade e dentro dos padrões para uso, sem baixar a carga, justamente porque o motor acaba precisando usar mais ela, além de necessitar fazer testes no alternador também.”
Ele explica ainda que carros flex, principalmente que usam como combustível principal o álcool, é importante sempre abastecer com gasolina aditivada de boa qualidade o reservatório de partida frio, pois quando o carro está rodando apenas no álcool, é necessário que injete um pouco de gasolina no motor, para que ele funcione com maior facilidade. É indicado também que, com periodicidade, realize uma limpeza neste reservatório, para eliminar possíveis sujeiras.
A qualidade do combustível e do óleo também devem estar no check-list de obrigações do motorista, pois podem interferir muito na funcionalidade do motor. “O recomendado é abastecer em posto de bandeira, quando tiver que realizar troca de óleo exigir que seja compatível com a montadora, para que não tenha problema no carro posteriormente”, indica.
É importante  sempre ligar o ar condicionado, mesmo no inverno, até para desembaçar os vidros. Ligá-lo nesta época permite que as mangueiras e borrachas sejam hidratadas, para que quando for usado no verão, não ocorram vazamentos, garantindo um maior conforto dos passageiros.
“Esses são os cuidados principais, mas também é importante sempre estar atento à correia, que com o frio acaba ressecando, com chances de arrebentar e acabar prejudicando o motor. O interessante é sempre fazer uma boa revisão no motor do carro, justamente para evitar essas situações que acabam causando transtornos, principalmente agora no inverno”, diz.

O famoso “tranquinho”
Quando o carro “não pega”, muitas pessoas acabam recorrendo ao famoso “tranco”, que acaba forçando o motor até que ele funcione. “O tranco é um jeitinho brasileiro de fazer o carro funcionar, mas quando está em processo de montagem, lá na fábrica, o tranco não existe e pode colocar em risco o funcionamento do veículo. Pode acontecer de atropelar a válvula, estourar a correia dentada, dar um problema muito maior no veículo. Se o carro não funciona, o ideal é chamar um técnico”, indica.
A transferência de carga, chamada também de chupeta, pode danificar o sistema elétrico do carro, queimar o módulo, ou seja, aumentar ainda mais o problema. Gilberto explica ainda que o carro sempre dá sinais que algo está errado e que o motorista precisa saber identificá-lo para que possa levar até uma oficina qualificada e sanado o problema.