“Se eu não fizer por ele, ninguém vai fazer. Ele tem uma força de vontade tremenda, tanto que hoje já consegue dar alguns passos, não precisa mais usar óculos por causa do estrabismo. Eu sou uma grande
Não teriam palavras melhores para definir o menino Matheus Alexandre Kuster Garai (07) do que esperteza e muita simpatia. Ele é muito observador, um pouco tímido quando começamos a conversar, mas logo solta belos sorrisos. Será em prol dele que acontecerá o show de prêmios beneficente no próximo dia 04 de agosto, domingo, a partir das 14h, na Associação dos Moradores do São Vicente.
Tudo está sendo organizado pela mãe do Matheus, Fabiane Kuster dos Santos, e a intenção é arrecadar dinheiro para comprar uma cadeira adaptada para ele, bem como auxiliar com as despesas.
“A gravidez toda sempre foi muito tranquila, nos exames ele era uma criança saudável. Ele nasceu após 42 semanas de gestação, conforme previsto no Pré-Natal. Na hora do parto, eles tentaram o parto normal, mas ele era uma criança muito grande, pesava mais de 3,700 kg e media 52 cm, eu tinha 17 anos. Quando viram que estava difícil ele nascer pelo parto normal, fizeram o fórceps que também não teve sucesso. Somente então que eles resolveram realizar a cesárea. Faltou oxigenação no cérebro dele e deu paralisia cerebral, afetando principalmente o lado esquerdo do corpo dele, por isso hoje ele é uma criança especial.”
A mãe contou que não recebeu a notícia de imediato, que a criança sofreu com a falta de oxigenação no cérebro, e estranhou o fato da demora do menino chegar para ela. Foi então que o pai do Matheus a levou para a UTI Neo-Natal, e ela viu a criança, que estava na incubadora e respirando com auxílio de aparelhos. “Ainda quando ele era bebê, bem pequeno, tinha muitas crises convulsivas e precisava ser medicado com remédios extremamente fortes. Ele ficou 15 dias internado na incubadora e mais cinco dias no berçário”, relembra a mãe.
Quando saíram da UTI, Fabiane conta que o médico chegou a falar para ela que o menino ficaria em estado vegetativo, e que se sentia perdida, praticamente em choque, mas ao mesmo tempo não enxergava o filho naquela condição, por ele ser muito novo. A evolução do Matheus é também uma prova da dedicação da mãe com ele. Fabiane é mãe em tempo integral e sempre leva o menino às consultas médicas, odontológicas, fisioterapia, fonoaudióloga, terapia ocupacional, terapia com cavalos e na água e para a escola.
“Se eu não fizer por ele, ninguém vai fazer. Ele tem uma força de vontade tremenda, tanto que hoje já consegue dar alguns passos, não precisa mais usar óculos por causa do estrabismo. Eu sou uma grande incentivadora dele, na nossa casa é sempre uma grande festa”, diz a mãe. “Também sou muito grata a Deus, que me capacita e capacita os profissionais próximos dele. Acredito que por meio dEle, o Matheus tem tanta determinação e força de vontade para conseguir avançar tanto”, enfatiza.
Atualmente, Matheus precisa usar fraldas – quatro a cinco pacotes por mês – e lenços umedecidos, além de tomar um remédio para controlar o temperamento chamado Neuleptil, pois torna-se agressivo contra ele mesmo às vezes. A necessidade da cadeira está para que a mãe consiga se locomover com ele de forma mais fácil, sem prejudicar a sua saúde – recentemente ela quebrou o pé enquanto se esforçava para empurrar a cadeira de rodas e ficou imobilizada por 30 dias. Antes de conseguir a cadeira que usa atualmente, a mãe precisava carregar ele no colo, inclusive quando ia para Curitiba.
Preconceito
Fabiane conta que às vezes os olhares e comentários a entristece, especialmente quando sai com ele na rua. “Antigamente eu ficava quieta, mas hoje eu questiono quando há alguma postura desnecessária. Tem gente que vem e fala ‘ai, coitadinho’, eu já questiono, porque é muito pelo contrário, ele se esforça muito para avançar, não pode ser considerado coitadinho. É um preconceito absurdo, totalmente descabido. Ele tem as dificuldades dele, mas é uma criança saudável, esperta, bonita, não tem o porquê ser chamado assim”, revela.
Ajuda
É Fabiane que está organizando o evento e ainda precisa de doações ou ajuda com brindes, bolos e bebidas. Ela também aceita doações em dinheiro, por meio de depósito na conta da Caixa Econômica Federal, destinada somente para esse fim: agência 0385, operação 013, conta 4799-7, em nome de Matheus Alexandre Kuster Garai. Mais informações pelo fone (41) 99783-5609