Ele participará da Copa Paulista em julho e do Campeonato Brasileiro, o mais importante do país, em setembro
O campo-larguense Eduardo Spek de Freitas (14), conhecido no mundo digital como Eduardinho, é famoso por suas habilidades no Pro Evolution Soccer (PES) 2019, um dos mais populares jogos de futebol para videogame no mundo. Porém, essas habilidades foram levadas a um outro nível, no momento em que o menino começou a participar de disputas e campeonatos on-line. Resultado: ele foi classificado para disputar a Copa Paulista de PES 2019, dentro do Museu do Futebol, em São Paulo, e também o Campeonato Brasileiro, que acontecerá em Brasília, em setembro.
“Eu comecei vendo vídeos no YouTube e aplicando nos meus jogos técnicas que eles ensinavam. Isso aconteceu no ano passado. Participei de um campeonato realizado em uma barbearia daqui de Campo Largo e fiquei com o segundo lugar. Gostei da adrenalina e comecei a participar de campeonatos online e também participo da Federação Paranaense de Futebol Digital, e fiz algumas seletivas em 2018 para os campeonatos, porém não consegui chegar às vagas. Em 2018, chegava lá como desconhecido. Esse ano eu cheguei como favorito e a responsabilidade aumentou muito”, conta Eduardo.
“Lembro que no ano passado, depois da derrota, quando estávamos entrando no carro, ele foi bem enfático quando disse ‘ano que vem eu vou’. De fato, 2019 tem sido o ano dele, com todas essas classificações”, diz o pai, Adriano de Freitas, que acompanha de perto o filho.
A Copa Paulista de Futebol Digital acontecerá no mês de julho, no Museu do Futebol, em São Paulo, e contará com a participação de 96 atletas, sendo apenas dois atletas do Paraná – o Eduardo e mais um.
Para o Campeonato Brasileiro de Futebol Digital, que será realizado em um shopping de Brasília, entre os dias 19 e 21 de setembro, serão 160 participantes, sendo cinco do Paraná. O prêmio para o primeiro colocado nesse campeonato será um carro 0km e para os demais serão premiações em dinheiro. Neste, ele terá que jogar 25 partidas, de aproximadamente 10 a 15 minutos cada, em um campeonato semelhante à Copa do Mundo, com fase de grupos, oitavas de final, quartas de final, semifinal e final.
Em fevereiro deste ano, a Federação Paranaense de Futebol Digital divulgou a lista dos melhores jogadores de PES 2019 do Paraná e o e-atleta – nome dado aos atletas virtuais – campo-larguense estava na primeira colocação, com 225 pontos, 60 pontos à frente do segundo colocado.
Para que essa performance seja mantida, Eduardo realiza treinos às segundas, quartas e sextas-feiras, jogando cerca de quatro a cinco horas por dia e também assiste jogos dos classificados pela internet. “Temos vários grupos no Whatsapp, no qual mantemos contato, o que é muito importante. Também realizamos partidas entre os integrantes do grupo e trocamos informações sobre campeonatos que estão acontecendo. Agora vou disputar a final do Torneio Rio-São Paulo, representando o meu time do coração, o Corinthians”, conta Eduardo.
O e-atleta, no entanto, reconhece que os campeonatos são muito concorridos, mas acredita que a performance dos paranaenses estão entre as melhores do país. Atualmente, no futebol digital, o Brasil possui somente um campeão mundial, conhecido como GuiFera, que conquistou o título pelo Santos em 2017.
O desejo do e-atleta é tornar-se profissional na área. “Exige muito treino e também participação de campeonatos com conquista de títulos. É difícil, mas farei o possível para que isso aconteça. Existem hoje muitos atletas profissionais de futebol digital, eles são patrocinados pelos próprios times, que estão investindo também nessa modalidade, então é uma oportunidade”, diz. No futebol real ele também se arrisca. “Faço escolinha, jogo futebol real também, mas confesso que sou melhor no digital mesmo (risos)”, revela.
Apoio da família
A família o apoia bastante e faz uma única exigência: “Tem que ir bem na escola para continuar jogando”, diz o pai. “No início, a mãe reclamava um pouco de eu jogar demais, mas hoje ela reconhece tudo o que estou conquistando e me apoia bastante”, conta Eduardo.
Adriano está sempre presente nas competições, acompanhando o filho e passando todas as informações para a esposa. “É muita adrenalina nesses jogos, é normal ficar ansioso a cada partida que vejo ele jogar. Minha esposa, Lucélia, diz que não aguenta tanta emoção e prefere ficar em casa, mas está sempre me perguntando e apoiando o Eduardo”, conclui Adriano.