Há dois tipos de mães: aquelas que após o nascimento da criança decidem dar um tempo nas suas rotinas de trabalho, e também aquelas que não querem (ou não podem) parar
Há dois tipos de mães: aquelas que após o nascimento da criança decidem dar um tempo nas suas rotinas de trabalho, esticando o período de licença-maternidade até a criança completar certa idade, para voltar ao mercado; e também aquelas que não querem (ou não podem) parar. Nenhuma delas está certa ou errada, porém o fato é que o mercado de trabalho é competitivo e mutável, por isso elas devem estar preparadas para o retorno.
A administradora e gestora em Educação Suellen Mikaldo Simões teve as duas experiências e hoje ajuda alunas que estão no período de gestação e se sentem inseguras. “Eu tive meu primeiro filho aos 20 anos, quando ainda fazia faculdade. Tive todo o suporte dos meus pais que me ajudaram e fiquei com ele até os 02 anos e meio. O mais novo, que agora tem 04 anos, eu voltei ao trabalho quando ele tinha apenas 03 meses, foi bem difícil, mas foi muito necessário. Eu sempre falo para as minhas alunas que é difícil, principalmente quando não tem apoio da família ou do pai da criança, mas é muito necessário voltar.”
Segundo Suellen, algumas empresas já apresentam uma flexibilização na questão da maternidade, oferecendo inclusive creches dentro do ambiente de trabalho ou auxílio para pagar um estabelecimento de ensino. Em contrapartida, outras empresas acreditam que a maternidade é um problema e fazem perguntas capciosas ou invasivas ainda na entrevista de emprego.
“Infelizmente é comum o entrevistador perguntar se a mulher pretende ter filhos ou se ela já tem, se a resposta for positiva à maternidade, eles perguntam ‘o que você vai fazer com o seu filho’, eu sei porque já passei por isso, até mais de uma vez. Nestes casos, o indicado é se manter tranquila, responder com sinceridade e contar da rede de apoio que você pode ter, como família, amigos, vizinhos, escola, se tiver. Não comece já se justificando, espere a pergunta surgir”, orienta.
“Os filhos devem ser vistos como uma motivação, um incentivo e até um motivo para voltar ao mercado de trabalho. É sempre escolha da mulher, mas ela tem que ter em mente que será inspiração para seus filhos, que a verão como uma supermãe, independente se ela é mãe de meninas ou meninos”, completa.
Caso esteja desempregada, a mulher deve buscar a recolocação, mas sempre avaliando o quão benéfico será ela trabalhar naquela empresa, avaliar as oportunidades de crescimento na empresa e como aquela vaga poderá trazer experiências engrandecedoras para seu currículo. “Não é aceitar qualquer vaga, sem ser seu perfil ou de forma desesperada. É importante se sentir motivada naquele emprego, para não se tornar frustrada. É preciso equilíbrio, para não acabar procurando empregos já em cargos altos, com salários expressivos, é sempre bom começar a caminhada em busca da subida, a começar já no topo. Calma, paciência e prudência. O foco durante o exercício do trabalho também é essencial”, recomenda.
Atualização e contatos
“Não se feche. Permaneça aberta para contatos, amizades, tenha uma rede social e mostre às pessoas que você está disponível. Faça um trabalho voluntário se for possível, pois também serve de exemplo para seu filho. O estudo também é a chave para conseguir uma recolocação, pois permite a atualização constante”, finaliza.