Cansados das condições da pista, amigos se reuniram e consertaram as rachaduras - que provocavam acidentes - com menos de R$ 20. Eles compraram uma argamassa para sobrepiso e passaram onde haviam rachaduras e buracos.

Um dos responsáveis pela ideia foi o ska­tista Daniel Kosak, que apesar de ser curitiba­no, frequenta a pista de skate em Campo Largo. “A pista de Campo Largo é realmente muito boa e bem projetada, principalmente para fazer ma­nobras. Daria para comparar essa pista com a Pista do Gaúcho, que fica aqui no bairro São Francisco, em Curitiba, e é muito cheia. Alguns amigos e eu frequentamos em Campo Largo porque, apesar de dar uns 30 minutos de distân­cia, é uma boa pista e é bem mais tranquila, não tem tanta gente.”

A decisão da reforma veio após Daniel e ou­tros amigos procurarem a Prefeitura de Campo Largo para propor uma reforma, mas sem receber uma resposta. Foi então que eles decidiram fazer uma “vaquinha” para juntar o dinheiro e comprar o material. O reparo foi feito há aproximadamente três semanas, no dia 15 de abril, durante a noite.

“Nós pedimos água em um prédio próximo e precisamos de apenas duas colheres de pedrei­ro. Fizemos o reparo em três horas. O proble­ma foi resolvido por enquanto, mas ainda iremos passar uma massa plástica que seja durável. Pelo menos agora podemos praticar nosso es­porte com menos medo de cair e se machucar”, diz Daniel.

Ele conta que já presenciou pessoas sofrerem quedas feias de skate na pista, inclusive com fraturas de dedos e cos­tela. “Eu não conheci a pista antes da reforma, pois faz pou­co tempo que frequento ali, porém, alguns amigos meus de Campo Largo contaram que a pista alagava com frequência e apresentava rachaduras, por isso foi reformada. Disseram também que mudou muito a angulação após a reforma, porque ela foi reco­berta. Em um esporte como o skate, um centíme­tro faz diferença”, conta.

Quase R$ 200 mil

Em março e novembro de 2017, a Folha de Campo Largo publicou matérias falando da reforma e trazendo reclamações dos ska­tistas que frequentavam a pista na época. Os relatos apontavam especialmente que o con­creto já estava soltando do chão.

A reportagem diz ainda que a obra es­tava orçada em R$ 179.830,67, sendo R$ 125.881,46 de material e R$ 53.949,21 de mão-de-obra e que a Prefeitura estava se­guindo com o contrato e estava tudo cer­to. Na ocasião, a resposta enviada ao jornal pela Prefeitura dizia que “um dos problemas apontados é que as pessoas que utilizavam a pista não estavam aguardando o término das obras e estava sendo necessário refa­zer alguns serviços devido ao mau uso. Mas mesmo depois de entregue os problemas continuaram”.

A Folha entrou em contato com a Prefei­tura de Campo Largo para uma resposta so­bre essa situação. Eles responderam que “a Praça de Skate foi reformada há pouco tem­po, no ano de 2017, e não há nenhuma previsão para que sejam feitas reformas na pista”.