A cidade conta com cinco Varas Judiciais atuantes, que não são suficientes para atender a grande demanda de processos, o que tem tornado os processos judiciais bastante morosos. Página
Atualmente as cinco Varas Judiciais existentes em Campo Largo não são suficientes para atender a demanda de processos, o que tem tornado os processos judiciais bastante morosos. Cada Vara tem um juiz titular e o Fórum conta com um juiz substituto, que atende o município e também outras Comarcas, para cobrir ausência de juízes titulares. Assim como acontece em outras regiões do Brasil, a cidade precisaria de mais juízes e até mesmo mais Varas. Um juiz substituto está previsto para Campo Largo, mas mesmo assim não é suficiente para atender a necessidade.
O maior problema enfrentado pelos advogados e partes envolvidas é a morosidade, conforme declara a Dra. Patricia Schmidt, presidente da OAB-PR Subseção Campo Largo. “Face a esse volume exagerado de processos, a justiça não se torna efetiva”, comenta, detalhando que até mesmo as audiências de conciliação estão levando muito tempo para acontecer. Direito de Família, por exemplo, está com audiências conciliatórias pautadas para agosto. A Vara Criminal é a que está com maior lentidão na realização de audiências, com pauta para o final de 2021. Segundo ela, isso está acontecendo na Criminal devido à necessidade de realização de Audiências de Custódias diariamente, o que atrasa as outras demandas.
Campo Largo tem registrado, até a última quarta-feira (24), 27.677 processos judiciais em andamento no Fórum. Na 1ª e 2ª Vara Cível são 14.685 ações em andamento, no Juizado Especial são 4.406 (sendo na maioria Cível) e na Vara de Família há um total de 4.098. A Vara Criminal também tem expressivo número de processos, 4.488.
Na tarde de segunda-feira (22/4), foram aprovados dois anteprojetos de lei que alteram o Código de Organização e Divisão Judiciárias (Lei Estadual nº 14.277, de 30 de dezembro de 2003), durante a sessão Administrativa do Órgão Especial (OE) do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). O objetivo é atender as necessidades do 1º Grau de Jurisdição. “No anteprojeto Campo Largo seria uma das Comarcas a quem seria designado o substituto. Todavia, o anteprojeto ainda será remetido à Alep para que então seja alterado o Código de Organização e Divisão Judiciárias”, comenta Dra. Patricia.
Necessidade
Segundo a presidente da OAB Campo Largo, mesmo com esse juiz substituto não resolveria o problema da grande demanda de processos na Justiça. “Certamente haverá uma melhora na prestação jurisdicional com a nomeação de um Juiz Substituto fixo, em Campo Largo. Entretanto, entendo que ainda não será suficiente para suprir a demanda processual que temos, haja vista que, como já ocorre, é possível que o magistrado acabe substituindo os cinco titulares em suas ausências ”. Para melhorar, ela comenta que seria necessária a criação de novas varas com juízes titulares, em especial a Vara de Fazenda Pública, que desafogaria as duas várias cíveis – onde se verifica o maior volume de processos na comarca, e uma 2ª Vara Criminal para diluir o número de processos sobrestados devido às Audiências de Custódia. Além disso, afirma que o ideal seria que cada Vara tivesse um juiz titular e um juiz substituto, para que a tramitação processual se tornasse célere e eficaz.
Decisão do TJPR
Segundo o site oficial do Tribunal de Justiça do Paraná, “o texto de lei aprovado pelos Desembargadores do OE extingue nove Varas Judiciais do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) para que a lei passe a prever nove cargos de Juiz de Direito Substituto e cargos de assessoramento. Esses juízes atenderão, especificamente, demandas da RMC, atuando nos foros regionais de Almirante Tamandaré, Araucária, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Colombo, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Piraquara e São José dos Pinhais.
Tais transformações não criam impacto, porque as varas e os cargos extintos já estavam legalmente previstos inclusive como despesas a serem realizadas no orçamento atual. As alterações legais permitem um melhor aproveitamento das funções a serviço da justiça e trazem soluções para a equalização da força de trabalho entre os dois graus de jurisdição. Essas iniciativas visam atender a Resolução 219 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Os textos dos anteprojetos serão imediatamente encaminhados para o Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) a fim de que seja iniciado o respectivo processo legislativo.”