Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 09:22:53
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Grupo de amigos constrói uma balsa e pela quinta vez viajam juntos

A maior balsa construída até agora por eles, com 16 tambores de 200 litros cada, desta vez, terão mais conforto, com cozinha, banheiro e chuveiro

Grupo de amigos constrói uma balsa e pela quinta vez viajam juntos

A história deste grupo começou em 1987, quando quatro amigos fundaram o Clube de Pesca Asso­ciação Recreativa O Teimoso e realizaram a pri­meira viagem pelo Rio Iguaçu, na qual foram com uma balsa que eles mesmos construíram. Após mais de 30 anos, ou­tros agregaram ao grupo, mas há 19 anos não realizavam mais essa viagem. Neste final de semana foi a quinta vez que entraram nesta aventura, a 5ª Expedição Saudades do Iguaçu: “Pior que não terminar uma viagem... é nunca par­tir”.

Há três semanas estão construindo a própria balsa, desta vez bem maior e mais equipada, mas o planejamento iniciou no ano passado, com muitas pesquisas e descober­tas de diferentes técnicas. Sete amigos participarão – Gil­berto Antonio Garzaro, Hamilton Camargo da Silva, João Druziki, Mario Polonha, Mauricio Burcowski, Osmar Anto­nio Cequinel e Sigmund Engel. “O antes é o melhor, os pre­parativos. Quando a viagem acontece, já acabou”, comenta Sigmund, destacando que todos se unem para construir a balsa. Para eles será uma aventura, matar a saudade após 19 anos e alguns são “marinheiro de primeira viagem” e es­tão bem entusiasmados.

Até a quinta-feira (04) a balsa estava montada, mas desmontaram para ser levada de caminhão até Porto Ama­zonas, onde foi a partida. Eles saíram de Campo Largo às 6 horas deste sábado (06), todos no caminhão e quando che­garam montaram a balsa novamente. A viagem com a balsa iniciou à tarde e a previsão era chegar em São Mateus na quarta-feira (10) para abastecer comida, be­bida e combustível; e em União da Vitória na sexta-feira ou sábado seguinte, quando retornam de Van.

A nova embarcação construída tem 8,35m de compri­mento por 3,50m de largura, com 16 tambores. Pela primei­ra vez construíram com banheiro e chuveiro, o qual tem um recipiente para poderem colocar 12 litros de água do rio, que aquecem antes no fogão. A novidade neste ano tam­bém é a cozinha, o que nunca teve nas outras embarca­ções. “Cada vez vai melhorando”, comenta Hamilton, que brinca que foi o Google que os ajudou a construir a embar­cação e até através dele conseguiram calcular o peso su­portado. “Só não pode ficar todo mundo do mesmo lado, tem que manter o equilíbrio na balsa”, diz.

Todos os participantes estão na faixa etária de 60 anos. Passarão uma semana contando muitas histórias, jogando baralho, pescando no final da tarde e também aprendendo com os desafios durante a viagem. Contam que sempre há imprevistos, como barreiras que encontram, ainda mais nes­te ano que o rio está um pouco mais seco. Há contratempos como trechos com cabos de aço que cruzam o rio, para tra­vessia de carro, e é preciso baixar os cabos. “Tem cerca de cinco trechos assim até chegar lá. Aí tem que sair atrás dos balseiros”, comenta Sigmund.

São 320Km pelo Rio Iguaçu, o qual, segundo Sigmund, “faz muitas voltas, torna a viagem muito bonita e interessan­te, com animais silvestres, mas uma pena que hoje também se vê muita destruição”. Param em alguns vilarejos, como a Vila Palmira, em São João do Triunfo, a qual surgiu em ra­zão das navegações. Eles detalham que na saída de Porto Amazonas o Rio tem cerca de 80m de largura, no caminho recebe muitos afluentes importantes e vai tomando grandes proporções; em União da Vitória chega a 250m, 300m de largura. Será mais uma viagem que ficará registrada na me­mória dos participantes.

História

Sigmund e Hamilton contam que até 1950 transitavam pelo Rio Iguaçu cargas de erva mate e madeira, para em­barcar em trem e ir para Paranaguá. Souberam da história e tiveram certeza que esse trecho era navegável, surgin­do a vontade de percorrer o mesmo caminho. Com muita disposição, eles e mais dois amigos construíram a primeira balsa do Clube, em 1989 - utilizaram quatro tambores e fi­zeram um tablado em cima do bote, para uma viagem curta, de Porto Amazonas a São Mateus. Em 1990, fizeram uma embarcação com sete tambores de 200 litros de cada lado e uma melhor estrutura e foram até União da Vitória. No ano seguinte também fizeram uma viagem aí só repetiram em 2000, ano em que foram sete pessoas.