Testemunhas relataram que seis pessoas foram levadas ao litoral no último dia 08 de março
Na última segunda-feira (18), o discurso feito pelo vereador Giovanni Marcon tornou-se viral na internet, por denunciar o que foi definido por ele como “passeio” de colaboradores de um Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Campo Largo.
A Folha conversou com o vereador e teve acesso às mensagens enviadas a ele no último dia 14 de março, tanto pelo motorista, como também por um empresário campo-larguense que presenciou a cena. Segundo as mensagens, no último dia 08 de março, o motorista estava em regime de plantão na data e recebeu a ordem de levar seis pessoas até o litoral, na Praia Mansa, em Caiobá, e disse que havia sido autorizada a viagem pela Secretaria de Saúde. A volta aconteceu no mesmo dia.
“Eu classifico como um absurdo essa situação, porque o dinheiro usado pertence ao Fundo Municipal de Saúde. Nós recebemos todos os dias a reclamação de pacientes que dizem que não têm transporte para levá-los à consulta, não tem ambulância e eles fretam uma van, que cabe 21 pessoas, com apenas seis. É uma vergonha”, disse à Folha.
O vereador disse que a denúncia foi encaminhada à Comissão de Saúde, Educação e Assistência Social da Casa, composta pelos vereadores Toninho Ferreira, Cléa Oliveira e Bete Damaceno e também ao Ministério Público.
A Prefeitura de Campo Largo se manifestou por meio de nota oficial emitida também no dia 18:
“Com relação à notícia de utilização de veículo oficial para transporte de servidores para o litoral, a Prefeitura Municipal de Campo Largo tem a esclarecer o seguinte:
1) Não se trata de ambulância;
2) O Centro de Referência em Assistência Social – Cras é responsável pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), conforme a Tipificação Nacional de Serviços Socioassitenciais.
Dentre os grupos, o Cras Rivabem atende um grupo de mulheres em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social. Diante da especificidade do serviço, a coordenadora do Cras Rivabem, por intermédio do memorando 014/2019 solicitou transporte para uma atividade com o grupo de mulheres do Paif, com o escopo de oportunizar acesso à cultura e oferta de atividades em ambiente externo.
3) Em que pese o projeto ser amparado legalmente, a Prefeitura determinou a imediata apuração dos fatos, inclusive com eventual afastamento temporário dos servidores envolvidos de suas funções, até que se finde a apuração.
4) Se comprovada alguma irregularidade, os servidores terão contra eles aplicados os rigores da lei, passíveis inclusive de exoneração.
5) A apuração seguirá rigorosamente a lei nº 2976/2018 que regulamenta o uso dos veículos públicos, aprovada nesta gestão”.