Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 10:39:08
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Francesa vem para Campo Largo como intercambista e família relata experiência

 ?Para se desenvolver, aprender, é um desafio. Boa oportunidade de crescimento?, declara Margot Giroudon

Francesa vem para Campo Largo como intercambista e família relata experiência

Uma experiência cultural em que o intercambista acaba se tornando parte da família. A francesa Margot Giroudon (17) chegou em setembro do ano passado no Brasil, em dezembro começou a morar com uma família a qual hoje já não queria que ela se mudasse, pois passou a ser como mais uma integrante.

?A vontade é que ela não vá mais embora, temos uma afinidade muito grande?, enfatiza Ana Zavatti (16), que diz ter ganhado uma irmã com a chegada da Margot. A fran­cesa está fazendo intercâmbio no Brasil através do Rotary, que possui esse programa voltado a jovens de 15 a 19 anos para que tenham a oportunidade de conhecer novas cultu­ras, idiomas e ampliar os horizontes. Desde janeiro está na casa da Viviane Zavatti, Joel, Ana e Gustavo e é como se fosse da família.

Essa foi a primeira experiência dos campo-larguen­ses em receber alguém de fora do país e estão adorando a oportunidade, que segundo eles é de muito aprendizado. Margot conta que gostou muita da família, que foi muito sim­ples conhecê-los e se sentir em casa. Até mesmo declara que está se descobrindo uma nova pessoa ? e melhor, pois hoje consegue controlar seus sentimentos. Diz que na Fran­ça passava muito tempo ?com a cara fechada? e que aqui teve que aprender a ter uma melhor convivência, a respeitar as diferenças e se sente muito bem com isso.

Ela e a Ana têm idades muito próximas, até mesmo em­prestam roupa uma para outra e descobriram muitas afini­dades. Margot tem duas irmãs na França, mas para Ana tem sido bem diferente, já que tem um irmão. Além disso, Ana tem desenvolvido muito o Inglês e ambas cresceram mui­to pessoalmente. ?No começo não sabia muito o que fazer com ela em casa e nem Inglês ela falava muito bem, então a gente ficava se olhando, era engraçado. Hoje é muito na­tural nossa convivência e quando falamos da nossa família já citamos ela?, conta Ana.

Quanto ao idioma, Margot não sabia nada de Português e também não muito de Inglês, mas queria fazer intercâmbio em um país mais quente, com praia e conhecia pessoas que tinham adorado o Brasil, as quais falavam que aqui havia pes­soas muito legais. No início era muito difícil a comunicação, até mesmo pelo sotaque da Margot. Mas aos poucos Margot passou a também aprender Português e hoje consegue se comunicar muito bem. No Inglês também evoluiu muito.

A experiência tem sido muito válida, segundo a fran­cesa. ?Para se desenvolver, aprender, é um desafio. Boa oportunidade de crescimento?, declara ela, que gosta de viajar sozinha. Aqui em Campo Largo já é a quarta resi­dência em que está e há uma semana se despedi­u da casa da Viviane para ir morar com outra família, para novos aprendizados. Esse contato com novas pessoas faz parte do programa, para poder agregar mais a ela, mas to­dos já estão sentindo bastante e por eles manteriam na mesma casa. Já se adaptaram muito bem a ela.

Margot veio sozinha para o Brasil, mas há outros 14 franceses na região de Curitiba que vieram através do Ro­tary e semanalmente reúnem-se, conhecem juntos os pon­tos turísticos, como museus, shoppings e também gostam muito de ir a parques. Margot teve a oportunidade de co­nhecer com a família e também com amigos lugares como São Francisco do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e em bre­ve irá para Amazônia e Ilha do Mel. No final de junho Margot retornará para a França e será a vez da Ana ter mais uma enriquecedora experiência, mas desta vez ela sendo a inter­cambista, durante os meses de junho, julho e agosto.

Diferenças culturais e aprendizado

Há quem diga que franceses não tomam muito banho, mas Margot se diverte e fala que toma banho todo dia sim, geralmente até duas vezes ao dia. Quanto às diferenças que percebe morando aqui no Brasil, logo fala sobre a comi­da, mas comenta que prefere a da França. Em geral lá não há muita variedade de comida em uma refeição como aqui, mas os pratos são mais elaborados. Lá também come bas­tante massa e principalmente destaca as sobremesas, que são consumidas com frequência e há uma grande variedade.

Ela ficou impressionada como as pessoas aqui são bem religiosas, de ir bastante à Igreja e no seu país não percebe muito esse costume, diz que somente uma avó é de frequen­tar mais. Ainda diz que lá as pessoas têm que ir mais arru­madas à Igreja, roupas bem fechadas. Viviane conta que eles mantêm com a Margot os costumes da família, de orar juntos, ler a Bíblia, o que tem sido uma nova experiência para ela.

Questionados sobre o que fica de aprendizado, foram enfáticos ao falarem de respeito. Que o fato de ter uma pes­soa nova em casa traz à rotina novos costumes, jeitos, ter cuidado com limites. Margot já chama Viviane de mãe e os novos pais contam que precisaram aprender uma forma de impor algumas regras, que é diferente de como já fazem de costume com os filhos, então também acabam evoluin­do muito como pessoas. Eles estão muito felizes com essa oportunidade, que para todos eles é uma novidade e já foi muito enriquecedora. Um desafio de conviver com pessoas diferentes, mas que passa a ser uma experiência muito mar­cante e inesquecível, construindo uma relação que querem levar para sempre e será mantida com muito carinho.