Prestar atenção em detalhes como temperamento dos pais e liberdade animal também dizem muito sobre como será o filhote no futuro
Há uma grande campanha para a adoção de animais de rua, tanto cães como gatos, porém ainda existe uma parcela da população que deseja adquirir um cachorro com pedigree, ou seja, de raça. Para que tudo possa sair da melhor forma possível, é importante que o comprador fique atento às licenças do estabelecimento e também certificações do local.
A zootecnista Cassiane Pereira explica que algumas atitudes podem evitar até mesmo que a pessoa leve um animal doente para casa. “São imprescindíveis o alvará de funcionamento, licença sanitária, vistoria do Corpo de Bombeiros e principalmente a presença de um responsável técnico, que pode ser um médico veterinário ou um zootecnista. Caso o estabelecimento opte por um zootecnista, ele precisa ser acompanhado de um veterinário para garantir a sanidade do canil. Eles irão garantir a segurança da saúde dos cães dentro do estabelecimento, tratando eles de maneira digna. Se o canil trabalhar com raças puras, deve ter registro na Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC), o que é muito importante.”
Para que a pessoa garanta que tudo isso seja feito da forma adequada, o indicado é visitar o canil onde o animal será adquirido. “A pessoa tem todo o direito de visitar o lugar. Se não puder, deve questionar e desconfiar. É importante pedir para conhecer a matriz, ou os pais do filhote que está comprando. Eles devem ser bem alimentados, sadios, fortes. O temperamento deles também influencia na personalidade do cachorro que vai adquirir, então uma mãe mais dócil irá gerar filhotes também mais dóceis, por exemplo”, ressalta.
Os filhotes podem ser comercializados assim que são desmamados, entre 40 e 60 dias após o nascimento. Em geral, os cães já são vacinados e desvermifugados. O proprietário também deve exigir o registro do animal. Os registros genealógicos de cães de raça pura são fornecidos pela CBKC.
Liberdade animal
A prática da liberdade animal dever ser adotada em todos os tipos de criações, que vão desde pequenos a grande porte. “Nós trabalhamos com as cinco liberdades, garantidas em lei, para os animais. São elas liberdade nutricional (acesso à comida e água em quantidade e frequência necessárias); liberdade de dor e doença (no tocante a questões de saúde física); livre de desconforto (em ambiente seguro, com temperatura confortável); liberdade do medo e do estresse (livres de sentimentos ruins, para evitar o sofrimento) e ter liberdade para expressar seu comportamento ambiental. É muito importante que o canil respeite, e estamos falando tanto dos estabelecimentos que comercializam, como também os que colocam os animais para doação”, explica. Por isso, Cassiane reforça que a presença do responsável técnico é tão importante no local.