É tempo de conversão, representada pelas cinzas, a qual vem propor a lembrar da base da vida de todo cristão, que é a oração, jejum e caridade. Assim explicou o padre Anderson aos fiéis na missa de cinzas na manhã desta quarta-feira (06) na Igreja Nossa Senhora da Piedade, lotada.

Ele também destacou a importância de participar das missas, pois “é na Santa Missa que nós temos Jesus na Eu­caristia, um momento para se encontrar com Ele.” Mas que também é preciso da oração diária, que mantém os fiéis em sintonia com Deus e sempre na presença dEle. Exemplifi­cou que assim como nos alimentamos pelo menos três ve­zes ao dia, a oração também precisa ter uma constância. Ao firmar o hábito da oração, ele comenta que outros bons há­bitos se iniciam.

Enfatizou que a caridade, um dos pilares a serem pra­ticados na Quaresma, é uma das maiores virtudes e junto com a humildade são valores básicos de todo cristão para conquistar outras virtudes a partir destas. Quanto ao jejum, diz que é uma renúncia, significa disciplinar o corpo e a mente para dominar as paixões.

A conversão quaresmal, segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, é uma atividade ampla de evangelização que pretende ajudar os cristãos e pessoas de boa vontade a vivenciarem a fraternidade em compromissos concretos, pro­vocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de temas específicos.

Campanha da Fraternidade

Foi lançada oficialmente nesta quarta-feira (06) a Cam­panha da Fraternidade 2019 com o tema “Fraternidade e Po­líticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27). O objetivo é que no período da Quaresma a Igreja chame atenção dos fiéis para as políticas públicas - à luz da Palavra de Deus -, ações e programas desenvolvidos pelo Estado para garantir e colocar em prática direitos que são previstos na Constituição Federal e em outras leis.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil convida todos a percorrer o caminho da participação na formulação, avaliação e controle social das políticas públicas em todos os níveis como forma de melhorar a qualidade dos serviços prestados ao povo brasileiro.

Papa Francisco

 Em mensagem do Papa Francisco aos brasilei­ros neste início da Quaresma, ele declara que “somos convidados a preparar-nos, através das práticas peni­tenciais do jejum, da esmola e da oração, para a ce­lebração da vitória do Senhor Jesus sobre o pecado e a morte. Para inspirar, iluminar e integrar tais práticas como componentes de um caminho pessoal e comu­nitário em direção à Páscoa de Cristo, a Campanha da Fraternidade propõe aos cristãos brasileiros o hori­zonte das “políticas públicas”.

Muito embora aquilo que se entende por política pública seja primordialmente uma responsabilidade do Estado cuja finalidade é garantir o bem comum dos cidadãos, todas as pessoas e instituições devem se sentir protagonistas das iniciativas e ações que promovam «o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfei­ção» (Gaudium et spes, 74).

Cientes disso, os cristãos - inspirados pelo lema desta Campanha da Fraternidade «Serás liberta­do pelo direito e pela justiça» (Is 1,28) e seguindo o exemplo do divino Mestre que “não veio para ser ser­vido, mas para servir” (Mt 20,28) - devem buscar uma participação mais ativa na sociedade como forma con­creta de amor ao próximo, que permita a construção de uma cultura fraterna baseada no direito e na justi­ça.

De modo especial, àqueles que se dedicam for­malmente à política requer-se que vivam com paixão o seu serviço aos povos; políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados, que não se deixem intimidar pelos grandes poderes financei­ros e mediáticos, sendo competentes e pacientes face a problemas complexos, sendo abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático, conjugando a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação.”