Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 10:47:36
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Reclamações de ruas são constantes e secretário explica situação de toda a cidade

Abrem cerca de mil buracos nas ruas a cada dia de chuva
Reclamações de ruas são constantes e secretário explica situação de toda a cidade

 Buracos e mais buracos que se abrem diariamente, principalmente em dias chuvosos, e que são mo­tivos constantes de reclamação da população. A Folha recebe toda semana reclamações de problemas das condições de tráfego das ruas e por isso procurou o secre­tário municipal de Viação e Obras, Joel Vidal, para dar uma explicação geral da situação e do que será feito.

“O maior problema que encontramos é que 70% da ci­dade o asfalto já é velho, de 30, 40 anos atrás e não tem mais o que fazer, sabemos que não adianta tapa-buraco, que o certo é refazer tudo, o que é impossível em pouco tempo e com pouco recurso. Tentamos minimizar o proble­ma pelo menos para não deixar as ruas todas esburacadas, para ficar com condição de tráfego e diariamente consegui­mos tapar de 800 a mil buracos nas ruas de toda a cidade”, declara Joel.

Há também uma situ­ação que tem limitado bas­tante realizar melhorias. Muitos loteamentos na cida­de na verdade não estão ca­dastrados na Secretaria de Urbanismo e com isso não são considerados loteamento, mas sim grandes áreas que foram subdivididas em parte ideal. Exemplos são o Itaqui, Itaboa, Bela Vista e Vila Glória. As ruas estão aprovadas na Câma­ra, mas não na Secretaria e com isso estão em grande par­te fora do padrão, sem o mínimo de estrutura. Não há gale­ria de água pluvial, as redes de água da Sanepar estão com canos pequenos que não se adequam à necessidade da re­gião e antes de ser feito asfalto precisariam ser readequa­das. O mesmo também acontece com os postes que foram instalados fora de padrão. Então, segundo o secretário, a população faz pedido de asfalto e quando chegam ao local verificam que os postes estão na rua, os muros das casas estão no lugar aonde era para ser a calçada e as ruas não têm dimensões necessárias para seguir o padrão.

Joel conta que o Ministério Público fez uma recomen­dação de não realizar melhorias nas ruas que não estejam regularizadas na Secretaria de Urbanismo e que para fa­zer asfalto é preciso de projeto. MP recomenda que se for loteamento há mais de 20 anos pode fazer intervenção, os mais recentes precisam de regularização antes. A necessi­dade do projeto é um outro problema, conforme afirma o se­cretário, porque os engenheiros não querem assinar e ser responsáveis por uma obra que eles sabem que é toda irre­gular, que está tudo fora do padrão. Comenta que a recla­mação das pessoas é o asfalto, mas o problema está muito antes disso, na compra destes terrenos sem ruas regulares, sem infraestrutura adequada e que não é possível fazer as melhorias sem antes arrumar tudo isso, o que exige uma grande movimentação de vários órgãos e consenso dos mo­radores. Enquanto isso, para a população não ficar desas­sistida, fazem pelo menos operação tapa-buraco.

Com asfaltos velhos, começa a se desfazer, a abrir e fi­car com grandes e várias rachaduras. Nestes casos, não adianta ficar fazendo remendos, teria que refazer toda a via – o que acontece em boa parte da cidade – ou pelo menos fazer o reperfilamento, o que já aconteceu em 30Km da ci­dade.

Mesmo no caso de loteamentos regulares, Joel apon­ta que há muitos casos que fazem asfaltos de baixa quali­dade, que em um ano já exige manutenção e então o pro­blema nas ruas não para de aumentar. “No Céu Azul e Cristo Rei não chegou a dar um ano para ter que refa­zer”, comenta.

Diversas regiões e o mesmo problema

O Vila Glória tem sido considerado um grande proble­ma para a Secretaria de Viação e Obras. Joel diz que na ver­dade muitas áreas ali são chácaras subdivididas. “Abriram ruas sem projeto de engenharia, são ruas irregulares, mui­to estreitas, com postes na rua. Exemplo Rua Q, que cons­truíram casas nos barrancos, rua não tem volta e não tem direito nem como fazer manutenção. Vou ter que interditar parte da rua, não tem espaço suficiente para encaixar nos padrões”, argumenta, afirmando que mesmo assim procu­ram manter arrumado, dentro do que é possível. “Vila Gló­ria e Esmeralda a cada 20 dias tem que estar arrumando”, completa. Muitas casas são construídas em fundo de vale e os riscos são muito grandes para os moradores.

No Meliane, muitas casas estão em área de preserva­ção ambiental e também legalmente não é possível fazer melhorias porque há muito o que se fazer antes disso. Colo­cam material na rua para não virar uma lama e tentar fazer galerias de água pluvial, mas que com o tempo entopem e o problema de alagamento e transtornos na rua se repetem a cada semestre, aproximadamente. Com falta de estrutura, sofrem os moradores de casas nas baixadas, que recebem toda a água da chuva de lugares mais altos.

A Rua Natal, no Jardim Esmeralda, está com obra para­da na metade também por barrar em problemas como esse. No Albina Grigoletti há muita área de invasão, dificuldade até para chegar e colocar máquinas nos locais e com isso não tem autorização do Ministério Público para executar as obras. Em Bateias, o MP também fez recomendação de não realizar qualquer intervenção próximo de áreas de preserva­ção ambiental e de rio, o que limita bastante.

Em algumas áreas é tanto o perigo que não pode entrar máquina, os funcionários precisam jogar material com con­cha e segundo o secretário mesmo assim os moradores re­clamam. Ele falou que há muitos lugares irregulares em que há asfalto, que também foi feito muitos anos atrás sem ga­lerias e adequações necessárias, o que hoje não é possível fazer, mas que serve de argumento da população que tam­bém exige as mesmas condições.

No Cristo Rei, as Ruas A e B são apenas designadas, mas não estão regularizadas, são de parte ideal, segundo o secretário. Os problemas nessas ruas são comuns, mas pouco se pode fazer. A regularização deveria começar ali­nhando as casas, pois há muros aonde deveria ser calçada, e também adequando a localização dos postes.

Leitores reclamaram de falta de asfalto nas ruas que cortam a principal no Acácias, como havia sido prometido, e o secretário falou que será realizado após contratação de novos engenheiros que logo deve acontecer.

Postes na rua e muros aonde deveria ser calçada. Ruas sem padrão precisam ser regularizadas antes de receberem asfalto.