Campo Largo não é famosa pelas comemorações de Carnaval, mas ainda assim, há pessoas que gostam da data e comemoram, seja nos clubes, praia ou chácara. Essas co­memorações podem vir acrescidas de bebidas alcoólicas, co­midas mais pesadas e exposição solar.

A Folha de Campo Largo conversou com o médico de fa­mília Dr. Julierme Mellinger, que deu algumas dicas de como aproveitar a folia, sem descuidar do principal, a saúde. A pri­meira orientação passada pelo médico é sobre as bebidas alcoólicas. “A ingestão de bebidas de teor alcoólico geram al­teração no estado mental, com isso há mudanças de atitudes e comportamentos que podem, inclusive, oferecer risco à in­tegridade da pessoa que está embriagada, como também dos demais. Casos mais graves podem levar à intoxicação ou, até mesmo, ao coma alcoólico.”

A Medicina entende como coma alcoólico quando a quan­tidade ingerida de álcool ultrapassa a capacidade do fígado metabolizar o álcool, levando a intoxicação de vários órgãos do corpo humano. É um caso grave e que deve ser tratado no hospital. Entre os sintomas estão o sono excessivo, desmaio, dificuldade em falar, não conseguir se concentrar, perder sen­sibilidade ou reflexos. Em caso de urgências, é importante buscar atendimento médico imediato ou, caso de não conse­guir transportar a pessoa, chamar o Samu.

“Não existe uma dose segura para ingestão de bebidas alcoólicas, tudo depende do organismo da pessoa, tanto que mesmo em blitz não é permitido nenhum nível de álcool du­rante o bafômetro, porque a resposta à ingestão é muito pes­soal. A pessoa deve conhecer o seu limite e respeitar quando chega nele, se ainda assim desejar beber. Além disso, meno­res de idade não podem beber em hipótese alguma e jamais deve-se misturar o álcool com a direção”, alerta.

Com a autocrítica afetada, por causa da bebida, a pessoa precisa contar com amigos e familiares que possam orientá­-la a parar de beber naquela ocasião, não permitir que dirija ou levá-la ao hospital.

Os efeitos podem ser amenizados com a ingestão de água, intercalando com a bebida. A desidratação é extrema­mente perigosa para pacientes que já apresentam problemas como hipertensão e diabetes. No dia seguinte, se houver al­teração na coloração da urina e das fezes, vômitos, dores abdominais ou de cabeça muito fortes deve-se procurar o atendimento médico mais próximo da sua residência.

Com cuidados básicos com a saúde, o carnaval torna-se só alegria

Crianças na folia

É muito comum algumas cidades mais foliãs apre­sentarem opções de bloquinhos infantis, voltados para as crianças, sempre acompanhadas de seus pais. Nes­ses casos, o médico orienta que prevaleça o bom-sen­so dos pais na hora de levar seus filhos. “Esses blocos acontecem durante o dia, então é importante passar protetor solar, buscar usar fantasias mais leves, sapa­tos confortáveis e não esquecer do chapéu ou boné. Também deve ter atenção à ingestão de líquidos, pre­ferencialmente água, água de coco ou sucos naturais – evite dar refrigerantes ou sucos artificiais – e comer bastante frutas, que ajudam na reposição dos nutrien­tes. Quanto ao barulho em que a criança será expos­ta, os pais podem usar protetores, mas o ideal é ficar longe das caixas de som, pois a audição pode ficar prejudicada, com zumbido e as crianças podem ficar ir­ritadas”, aconselha.

O médico reforça que os pais devem preservar sem­pre a segurança das crianças, principalmente se elas apresentarem dificuldade de se locomover ou se ainda forem muito novinhas – principalmente para que não se percam da sua família.

Aproveitando na melhor idade

Os idosos também devem aproveitar, mas sem des­cuidar do tempo em que permanecem em pé. “Os ido­sos que apresentam problemas nas articulações e varizes precisam descansar bastante, sem abusar do tempo que ficam em pé, pois as dores podem aumentar depois”, alerta.

Também há um lembrete especial, orientando que essas pessoas respeitem muito o seu limite na ingestão de bebidas alcoólicas, pois o risco de acontecer desidra­tação é maior nessa faixa etária.

DSTs

Hoje as unidades de saúde são equipadas com pre­servativos distribuídos gratuitamente pelo governo. “Tem que respeitar, respeitar o próximo e seu próprio corpo também, por isso a prevenção é sempre o melhor canal. Caso a pessoa tenha tido contato sexual desprotegido, e perceba que sua saúde está em risco, é imprescindí­vel que procure imediatamente uma unidade de saúde e peça para realizar exames. Principalmente, não tenha vergonha de relatar aos profissionais de saúde o que está acontecendo”, finaliza.