Desde a fundação da Folha de Campo Largo, em 1989, pelo diretor Germano José de Oliveira, até essa edição, não houve uma sequer sem as matérias do nosso colunista esportivo Lauro Perússo
Um grande exemplo de comprometimento. Desde a fundação da Folha de Campo Largo, em 1989, pelo diretor Germano José de Oliveira, até essa edição, não houve uma sequer sem as matérias do nosso colunista esportivo Lauro Perússolo. Até mesmo quando precisou ficar internado escrevia as matérias do hospital.
Questionado sobre tamanha dedicação, acredita que é pela gratidão ao futebol de Campo Largo e toda sua história relacionada ao esporte. Gostava de futebol desde pequeno e também é um grande reconhecimento pela sua história no Fanático F.C., na Steatita e Liga Campolarguense. “Sentimento de gratidão e um ideal, um capricho da vida é escrever e manter até hoje meu acervo”, declara ele, que tem guardado em casa muitas fotos e registros do futebol campo-larguense. Material que o levou a criar a coluna Recordar é Viver, a qual é patenteada. “Ver toda semana meu espaço no jornal representa o dever de ter cumprido como cidadão campo-larguense e como atleta”, ressalta ele. Hoje diz que sente o desgaste natural do ser humano para continuar esse trabalho, mas faz com toda sua dedicação. Atualmente também participa do Programa Sintonia Metropolitana do J. Amorim pela internet.
“Nunca esperava receber tanto crédito do Germano, que acreditou no meu trabalho, também agradeço à Jandira, toda a família e equipe. Me sinto, aos 82 anos de vida, realizado e agradecido a todas essas pessoas que passaram pela minha vida, a Deus que tem sido muito generoso por me dar essa condição até hoje, mas principalmente tenho um agradecimento muito especial à Carmen, pois está 60 anos junto comigo e jamais me criticou. 60 anos de dedicação e companheirismo, que eu reconheço profundamente”, declara.
Quem é Lauro Perússolo?
Nascido em 23 de junho de 1936 na Rondinha, é descendente de italiano - os quatro avós vieram da Itália e se instalaram na região, na época chamada de Colônia Mendes de Sá. Filho de Antonia Bizeto e José Perússolo. Conta que sua família sempre foi muito católica e mesmo sem uma capela, em 1876 aproximadamente, reuniam-se nas casas para rezar. A prioridade sempre foi a religião, em segundo lugar a família, pela qual prezavam muito. Naquela época era um respeito muito grande pelo padre e pela professora. “Até por isso a grande maestra da minha vida foi a minha primeira professora, Alcídia Ribeiro, de saudosa memória”.
Estudou na Rondinha, no Colégio Macedo Soares e concluiu o ginásio no Sagrada Família em 1953. “Fui o pioneiro na Rondinha a concluir o Ginásio”, orgulha-se, detalhando que depois dele, da Rondinha, formaram-se a Elisa Baridotti Cunico e o Moacir Benatto. “Era difícil estudar porque tinha poucas condições de comprar uniforme, era tudo difícil. Já foi uma grande vitória”.
Queria fazer Contabilidade em Curitiba na Faculdade de Direito e Ciências Econômica de Plácido e Silva. Ganhou para cursar de graça por um ano, mas sem receber o título. Naquele tempo aprendeu datilografia no curso que ganhou no Sagrada Família, o que serviu para a vida profissional dele. Lembra como se fosse hoje os detalhes, nomes de pessoas envolvidas.
Em 1956 foi trabalhar na Porcelana Steatita por indicação do Dr. Luiz Lopes Munhoz. Era difícil conseguir emprego em Campo Largo por ser muito pequena. Luiz falou com o Renato Höft e disse que Lauro era um ex-aluno que ele recomendava e a datilografia foi o diferencial para ele conseguir o emprego. Lembra que naquele dia não almoçou e foi de bicicleta até a empresa, passou por um teste na máquina de escrever e já ficou trabalhando. Tem uma eterna gratidão por ele e pela família. Ficou até 1963 na Porcelana, trabalhou no escritório, mas foi subindo de cargo, passou para o departamento de vendas e dobrou seu salário. Da Stetatita começou a trabalhar na Prefeitura, onde ficou por 35 anos, até se aposentar em 1989.
Atleta do Fanático, ficou no clube desde 1950 (aos 14 anos na categoria Juvenil) até 1957. No ano seguinte e até 1963 fez parte da Agremiação Steatita e jogava como zagueiro. Em 1964 voltou para o Fanático e jogou até 1970. Foram 20 anos como jogador e ressalta três importantes títulos: em 1957 campeão do Campeonato Campolarguense (invicto), em 1962 o Campeonato Campolarguense pela Steatita e em 1968 Campeonato da 5ª Taça Paraná (invicto). Até hoje Lauro entra sem pagar em qualquer estádio do Paraná, porque tem título Benemérito da Federação de Futebol do Paraná. Tem também o título de Cidadão Benemérito de Campo Largo.
Foi por volta de 1954 que conheceu sua esposa, a Carmém Fabris. É pai de Dicesar (que teve os filhos André e Felipe) e da Jocilei (mãe da Renata, Karina e Fabio) e tem cinco bisnetos meninos. O trabalho de Lauro no esporte é também o seu hobby, o que ama fazer.
Carreira como repórter esportivo
É a máquina de escrever que ainda acompanha Lauro em seu trabalho até hoje. Escreve suas matérias toda na máquina e leva à Redação do jornal para a equipe digitar no computador e então diagramar. Ele conta sua trajetória, de que começou como repórter esportivo na Tribuna de Campo Largo em 1970, na época do prefeito Emídio Pianaro. Foi convidado por Sergio Antonio Souto e comenta que na época se assustou porque jamais imaginava ser repórter. Mas, pelo seu conhecimento no esporte, começou a escrever e foi aprendendo aos poucos, recebendo orientações. Gostou da área.
Esse jornal durou cerca de três anos e já existia a antiga Folha de Campo Largo, de propriedade de Amour Ferreira do Amaral e Airton Ferreira do Amaral, os quais o convidaram para escrever e ficou por cerca de quatro anos, mas logo fechou o jornal. Lembra que o Dr. Osmair Ferreira criou o Jornal O Liberal e então nessa época escrevia para esses dois jornais, mas esse também logo fechou. Marcelo Puppi, Osmar Zotto e Osvaldo Zotto fundaram o Nosso Jornal e fazia para os três. Quando a Folha de Campo Largo, de Germano Oliveira, foi fundada, passou a fazer parte também destes 30 anos de história.