Apesar de possuir uma terra fértil e cheia de oportunidades, Campo Largo ainda é pouco explorada na agricultura, que representa apenas 2% do faturamento do município
Uma terra fértil, cheia de oportunidades, riquezas, mas que ainda é pouco explorada pela agricultura. Hoje, o cultivo representa apenas 2% do faturamento do município e o grupo que representa a categoria dos agricultores, o Sindicato Rural de Campo Largo, diz que ainda há pouco incentivo por parte de políticas públicas que possam guiar melhor os produtores rurais rumo ao crescimento econômico.
Hugo Ruthes há 40 anos trabalha no meio rural em Campo Largo. Hoje ele atua no sindicato no cargo de diretor. “Lembro-me que quando cheguei aqui havia uma cultura pequena, tecnologia era baixa. Hoje temos um grande número de agricultores se dirigindo para o cultivo de soja. Ainda sofremos com a falta de mão-de-obra para trabalho na lavoura, mas em compensação há um grande aparato tecnológico e profissionais nas áreas de Medicina Veterinária e Agronomia. No próximo ano, teremos, por exemplo, uma tecnologia que permitirá o agricultor cuidar da sua lavoura por meio de drones.”
Ele destaca, ainda, que a terra campo-larguense chama muita atenção por ser rica em minérios, sendo uma das melhores da Região Metropolitana de Curitiba no quesito fertilidade. Por aqui, há produções de frutas como maçã, pera, pêssego, morango, uva, entre outras, assim como verduras e hortaliças em geral, cogumelo, bicho-da-seda, grãos como milho, soja e feijão e também produção de flores. Destaca-se também a boa produção de alimentos orgânicos, que estão cada vez mais em alta no mercado. Os produtos chegam a ser vendidos em grandes safras para estados como São Paulo, Rio de Janeiro e, recentemente, chegou até o Pernambuco. A exportação ainda é baixa, pois precisa ser realizada por meio das cooperativas.
A agricultura familiar ainda é a mais praticada dentro do município e faz surgir várias reivindicações da classe, como, por exemplo, a necessidade de criar meios que facilitem a venda direta do produtor para os estabelecimentos comerciais, necessitando de menos processos para chegar até o consumidor final. Hoje uma grande parte dos produtores já participam do programa da Merenda Escolar, que envia direto para as escolas municipais e estaduais o que foi colhido na produção. Outro ponto defendido é a necessidade de marcação de uma área rural e cobrança do IPTU, por exemplo, para áreas com mais de 20 mil metros quadrados e por excedente agrícola. Isso poderia proporcionar um maior desenvolvimento em determinadas regiões, consequentemente a maior geração de empregos e também de renda para o Município como um todo, pois a produção aumentaria.
Planos futuros
Em breve haverá turismo rural no distrito de Palmital dos Pretos, interior de Campo Largo. Lá serão ministrados cursos de aperfeiçoamento para o agricultor e também aos seus colaboradores, além de área de implementação de tecnologias.
Atualmente Campo Largo mais envia profissionais – como agrônomos e médicos veterinários – para realizarem estudos em outras cidades do que recebe para conhecer a sua manufatura, por isso há interesse em mudar esse quadro.
Pertencem ao Sindicato Rural mais de 800 produtores. Em 2018, o Sindicato registrou 1.782 atendimentos ao público.