O choque anafilático pode ser fatal; é importante reconhecer os sintomas e procurar ajuda médica imediata
No início da semana, os campo-larguenses ficaram chocados com a morte de um homem após ser atacado por abelhas. Acredita-se que ele possa ter sofrido um choque anafilático, que é a reação alérgica em sua forma mais intensa.
Segundo o médico cirurgião geral, cirurgião cardiovascular e médico socorrista, Dr. Ely Dezzanetti – que inclusive atendeu a ocorrência do homem que acabou sendo vitimado pelas abelhas – as ocasiões que envolvem reações alérgicas intensas e choque anafilático são considerados como acidentes. “Não é possível prever que isso irá acontecer, mas há medidas importantes de serem adotadas para prevenir esse tipo de ocorrência. Pessoas que já sabem que são alérgicas devem, sempre que avistarem um enxame, sair do local ou mesmo tentar fugir quando perceberem que ele está se aproximando. É importante ressaltar que essas pessoas devem evitar entrar em matas fechadas.”
O médico explica, ainda, que os que mais estão propensos a um choque anafilático são pacientes alérgicos e que possuem algum tipo de doença respiratória associada, como asma, bronquite, rinite, sinusite, entre outros. A reação pode acontecer em pessoas de quaisquer idades e deve-se procurar o atendimento médico de imediato. “????Tudo acontece de forma muito rápida e é preciso agir imediatamente. Não há muito o que fazer em casa, em casos com sinais de gravidade. Quando identificar o inchaço na face e/ou dificuldade respiratória, é importante levar a pessoa até o hospital ou pronto atendimento imediatamente. Se não tiver como ir até o atendimento, solicitar o atendimento móvel, por meio do Samu”, orienta.
Em casos de picadas de abelhas ou vespas, o médico dá algumas orientações para identificar gravidade, como: dificuldade para respirar, dor de cabeça ou tosse podem ser sinais de reação alérgica mais exacerbada, nesses casos o atendimento deve ser procurado imediatamente. Segundo o Dr. Ely, todos são alérgicos ao veneno da abelha e irão expressar algum tipo de reação, a questão são as reações mais exacerbadas.
Para casos onde as reações não são tão intensas, podem ser tomadas algumas providências como a remoção do ferrão delicadamente da pele, passando algo plano e firme; sem a utilização da pinça, para não injetar mais veneno na pele. Também lavar a área com água e sabão, colocar bolsa de gelo e aplicar loção ou creme à base de hidrocortisona.
Tratamento hospitalar
No atendimento hospitalar são utilizados medicamentos que irão cortar a ação do veneno da abelha, como o uso de corticoide intravenoso, broncodilatadores e adrenalina. Em geral o paciente fica em observação por 12 horas e, se estiver bem, é liberado para ir para casa.
Em alguns casos pode acontecer a necessidade da internação, para que fique em ventilação mecânica, mas são casos raros, conforme explica o médico.
“Em casos selecionados, o médico pode receitar um tratamento domiciliar com o uso de corticoides e anti-histamínicos, muitas vezes em doses inferiores às usadas durante o tratamento hospitalar ou pré-hospitalar. Este tratamento domiciliar pode perdurar de cinco até sete dias”, finaliza.
O que acontece em um choque anafilático?
Também conhecido como anafilaxia, o choque anafilático é uma reação alérgica grave que pode acometer pacientes segundo após entrarem em contato com a substância que possuem alergia. É considerado uma resposta imunológica a essa substância feita pelo corpo de maneira exagerada, dando início a um quadro de hipersensibilidade.
Entre os sintomas mais comuns estão a dificuldade em respirar, coceira e vermelhidão na pele, inchaço da boca, olhos e nariz, sensação da garganta estar fechada, dores abdominais, náuseas e vômitos, aumento dos batimentos cardíacos; tonturas e sensação de desmaio, suores intensos e confusão.
Caso esses sintomas sejam identificados, é importante levar imediatamente a pessoa ao hospital ou pronto atendimento – ela será rapidamente atendida, pois esse é um caso considerado de extrema-urgência – ou ligue 192 (Samu).