O Corpo de Bombeiros confirmou mais duas mortes, do piloto e copiloto; motorista do caminh&atil
O jornalista Ricardo Eugênio Boechat, de 66 anos, morreu na queda de um helicóptero no Rodoanel no início da tarde desta segunda-feira, 11. A aeronave caiu no quilômetro 7, próximo ao acesso à Rodovia Anhanguera, na chegada a São Paulo, em cima de um caminhão.
O piloto e o copiloto da aeronave também morreram. O motorista do caminhão foi socorrido.
Boechat era apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM, além de ser colunista da revista IstoÉ. Trabalhou no Estado e, também, nos jornais O Globo e O Dia. É ganhador de três prêmios Esso e, segundo o site da Band, é um dos maiores ganhadores da história do Prêmio Comunique-se, em que foi reconhecido como âncora de rádio, âncora de televisão e colunista. Também foi eleito o jornalista mais admirado do País na pesquisa do site Jornalistas&Cia em 2014.
A confirmação da morte do jornalista veio da direção de jornalismo da Band ao Estado. Ele estava voltando de Campinas, onde tinha ido dar uma palestra.
O helicóptero, uma aeronave Bell Jet Ranger, prefixo PT-HPG, fabricada em 1975, não era da emissora de televisão. Tinha capacidade para cinco lugares, estava com a declaração anual de inspeção de aviação válida até maio deste ano e com o certificado de aeronavegabilidade válido até maio de 2023. Ele pertence à empresa RQ Serviços Aéreos Especializados, cuja sede fica no Tatuapé, zona leste, empresa com uma frota de quatro aeronaves especializada em filmagens, fotografias e reportagem. O Estado não conseguiu contato com representantes da empresa até as 14h30 desta segunda
O apresentador José Luiz Datena interrompeu a programação da Band nesta tarde para confirmar a morte de Boechat. Emocionado, Datena disse que ele era "uma pessoa especial" e um dos maiores jornalistas do País.
A morte do jornalista teve grande repercussão nas redes sociais. O presidente Jair Bolsonaro comentou que recebeu com pesar a notícia.
Vereador do Rio, Carlos Bolsonaro (PSC) chamou Boechat de "um grande profissional, referência no jornalismo, capaz de conquistar o respeito tanto dos que convergiam quanto dos que divergiam de suas ideias e opiniões. Que seja sempre lembrado por isso."
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chamou Boechat de "um dos maiores jornalistas da sua história". "Sua atuação diária demonstrava sensibilidade em defesa do interesse público e do jornalismo de qualidade. Toda a solidariedade a seus familiares, amigos e colegas da Rede Bandeirantes", escreveu.
Boechat era torcedor do América-MG, que prestou homenagem ao jornalista nas redes sociais. "Expressamos nossos sentimentos à família e aos amigos do jornalista e das demais vítimas desse triste acidente."
Jornalistas e admiradores também lamentaram a morte de Boechat. "Tristeza e luto nessa tragédia para o jornalismo brasileiro. Perdemos uma referência para o jornalismo combativo e questionador", escreveu Flávio Fachel, apresentador do Bom Dia RJ. "Tá difícil de segurar a onda por aqui. Um dia choro por centenas, noutro por dezenas, agora choro por um colega: Ricardo Boechat, agora não! O jornalismo precisa de você", escreveu Milton Jung, da CBN.
A colunista do BR 18 e colunista do Estado Vera Magalhães chamou o jornalista de "referência do jornalismo, colunista, como âncora". "Com tudo o que era, conseguia ser generoso com quem tinha menos experiência. No encontro que tivemos, me brindou com essa generosidade que nem sei se merecia."
Já o jornalista André Trigueiro lembrou do período em que trabalhou com Boechat na TV Globo. "Jornalista valente, corajoso, contundente, um dos grandes nomes dessa nossa profissão", disse. "Ricardo Boechat era um voz contestadora na imprensa, fará muita falta", lamentou Mauro Cezar, jornalista da ESPN.
A jornalista Miriam Leitão, da TV Globo, também falou sobre a morte do "querido amigo". "Não posso acreditar. Eu lhe devo tantos favores, tantas palavras generosas em momentos difíceis. Você foi pessoa linda, jornalista maravilhoso."
"Meus sentimentos para a família do Boechat, um dos melhores e mais geniais jornalistas e comunicadores do Brasil", escreveu o comentarista internacional Guga Chacra.
Acidente
Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave caiu em cima de um caminhão que trafegava pela via, no sentido interior, próximo à praça do pedágio. O motorista do caminhão foi socorrido pela concessionária.
Os bombeiros informaram que 11 viaturas foram deslocadas para o local.
Ainda de acordo com os bombeiros, a aeronave que caiu era do modelo BELL PT HPG.
Foram feitas interdições parciais na pista do Rodoanel, sentido Perus, e na Anhanguera, sentido Jundiaí. A concessionária CCR Rodoanel informou que os motoristas podem acessar a Anhanguera, no sentido São Paulo, e pegar um retorno no quilômetro 18 para seguir para o interior.