Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 10:26:20
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Benzedeira Dona Rosa deixa sua história marcada

Dona Rosa deixou sua história registrada em Campo Largo. Como benzedeira, atendeu inúmeras famílias na cidade e região

Benzedeira Dona Rosa deixa sua história marcada

Quantos benzimentos, rezas e dedicação em cui­dar do próximo. Rosalina Cavalin dos Santos (69), mais conhecida como Dona Rosa, deixou seu nome marcado na vida de muitos campo-larguenses e pessoas da região, que recorriam a ela em diversas situa­ções. Ela faleceu na madrugada do último dia 22, em decor­rência de problemas de saúde.

Nascida em Campo Largo, chegou a trabalhar bem nova na Porcelanas Schmidt, depois na antiga Granja Trin­dade e na Studio Tacto. Aos 14 anos se casou com Floresval Soares dos Santos – músico sertanejo desde a década de 60. Logo ela deixou de trabalhar para cuidar dos filhos: Sil­mara, Gerson, Doroneumar e Lori Paulo Sandre – os quais lhe deram seis netos.

Os pais de Rosalina tinham o dom do benzimento e pas­saram muitos ensinamentos. Dona Rosa começou a benzer por volta de 1987. Floresval conta que ela fazia “benzimen­tos, costurava rendidura, atendia criança com a boca cheia de sapinho, benzia de cobreiro, peito aberto, fazia massa­gem, arrumava machucadura”.

Ele lembra de diversas histórias de pessoas que che­gavam a ela muito desesperadas pedindo uma ajuda e de­pois voltavam para agradecer a cura. Alguns chegavam a ligar até as 23h para que ela atendesse. Aos finais de sema­na também sempre se disponibilizava a fazer os atendimen­tos. Em média, duas pessoas por dia iam até a casa dela, já em semana de Lua Minguante, quando benzem as crian­ças, chegava a fazer dez atendimentos por dia. E ela nun­ca cobrava, mas quem podia sempre dava uma contribuição como agradecimento.

Muitos tinham fé neste dom de Dona Rosa e vinham de regiões vizinhas para cá, como de Araucária e Fazenda Rio Grande. Como sempre se colocou à disposição, era muito querida por todos. Geralmente ela ficava em casa, mas o marido conta que ela gostava muito de sair comer peixe em pesque-pague e ir na casa dos familiares.

Problemas de saúde

Floresval conta que Dona Rosa tratava Diabetes há 15 anos, mais tarde lúpus, má circulação nas pernas, coleste­rol alto, pressão alta, sentia dores no estômago e apresen­tou anemia.

Ao realizar um ultrassom em novembro do ano passa­do foi observado um pequeno hematoma no estômago e ia aguardar para fazer uma cirurgia no prazo de um mês, mas começaram outros sintomas. Foi diagnosticado câncer com metástase e não conseguiram realizar a cirurgia porque es­tava em proporções bem maiores do que apresentado no exame. Passou dias tendo dores e tratando complicações, começou a passar por sessões de radioterapia e quimio­terapia. Floresval conta que neste período também passou por algumas transfusões de sangue.

Ele lembra que ela não aguentou as quimioterapias e a última que fez, na sexta-feira anterior a seu falecimento, co­meçou a piorar muito. Foi ao Centro Médico no domingo e encaminhada para a UTI do Hospital do Rocio na segunda­-feira. Floresval diz que a família agradece muito à equipe do hospital porque fez tudo que podia, mas que infelizmen­te ela não resistiu e morreu próximo das 3h da madrugada de terça-feira (22).