No último sábado, os campo-larguenses puderam dar o último adeus à Sandra Gionédis, conheci­da em toda a cidade pela sua atuação no Açou­gue do Tico – ela era uma dos sete filhos do Atílio Gionédis, o Tico, com a dona Selma – e também quando trabalhou na diretoria da Escolinha de Futebol do Internacional.

Nascida em 13 de dezembro de 1963, em Campo Largo, nunca deixou a sua cidade natal. Trabalhou primeiramente em um comércio de tintas e depois começou a trabalhar no Açougue do Tico, onde ficou por muitos anos e teve a opor­tunidade de conhecer muitas pessoas. Ela também fez sal­gadinhos e bolos para vender, sendo eles comercializados também no açougue.

Sempre foi muito ligada ao esporte e em sua juventude gostava bastante de jogar futebol, em alguns campeonatos femininos e vôlei. “A família inteira sempre foi muito ligada ao futebol, sempre participamos da diretoria do Internacio­nal e ela não era diferente. Começou a frequentar as parti­das desde muito cedo e era atleticana fanática. Ela inclusive foi assistir o jogo da final da Sulamericana, em 2018. Nós ti­vemos um pouquinho de medo de levar ela, mas deu tudo certo e ela estava muito feliz”, relembra a irmã Solange.

Sandra também trabalhou na diretoria da Escolinha de Futebol do Internacional, por mais de dez anos, e só parou de atuar em dezembro de 2018, com o encerramento das ati­vidades daquele ano. “Ela amava muito trabalhar ali e fazia de tudo para ajudar os meninos que não tinham condições de pagar a escolinha. Ela procurava empresários da cidade para patrocínio e já levou muito não, mas nunca desistiu. Tam­bém doava uniforme para quem não podia comprar, tudo ela dava um jeito e corria atrás. A festa de encerramento das ati­vidades de 2018 aconteceram bem no aniversário dela, dia 13. Ela contou que fez 10 quilos de vina e distribuiu 200 pães para as crianças e seus familiares, estava muito feliz. À noite nós, da família, fizemos uma festa surpresa para ela. Foi um momento de muita alegria”, diz Solange.

Mãe de dois filhos, Murilo (25) e Vanessa (19), Sandra po­deria ser descrita como uma mulher forte, com personalidade marcante e coração de ouro, como diz a irmã. “Sempre estava sorrindo e era muito alegre. Cuidava da gente, ajudou a cuidar da nossa mãe, que faleceu em 2014. Gostava muito de cozi­nhar e fazia comidas deliciosas. Foi uma mãe muito guerreira e próxima dos filhos, tanto que eles sempre estavam com ela, cuidaram dela”, revela. Ela passou o Natal e a virada de Ano com a família, na casa dos irmãos. Segundo Solange, Sandra fez questão de comprar presente para os sobrinhos.

Começou a lutar contra um câncer em 2014, quando tratou um câncer de mama. Fez quimioterapia, cirurgia e re­construção da mama. Mas quando o tratamento já estava espaçado de quatro em quatro meses, os médicos desco­briram um nódulo no pulmão e constataram que era uma metástase. Ela acabou apresentando metástases também no fígado, ossos, cabeça e na outra mama. “Nesses cin­co anos ela não parou de fazer quimioterapia, nunca parou o tratamento. Fez radioterapia também na cabeça e na co­luna. Tudo o que podia ser feito, foi feito, mas o câncer era muito agressivo. No dia primeiro ela precisou ir ao hospital para colocar uma sonda. Ficou internada e acabou descan­sando no dia 05 de janeiro, às 15h”, conta.

A missa de sétimo dia será realizada neste sábado (12), às 17h, na Igreja Matriz Nossa Senhora da Piedade.