Domingo às 24 de Novembro de 2024 às 11:44:26
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Donos de animais devem ficar atentos aos cuidados especiais no verão

Médica veterinária dá orientações de como manter a saúde dos cachorros no verão e também alerta so­bre os perigos dos animais na praia

Donos de animais devem ficar atentos aos cuidados especiais no verão

Se essas ondas de calor já estão difíceis de supor­tar por parte dos humanos, que podem se aliviar com ventiladores, ares-condicionados, sorvetes, roupas mais frescas, imagina para um animalzinho, que tem pelos por todo o corpo? Com a inten­ção de deixar essa época um pouco mais fácil para eles, a Folha de Campo Largo pegou dicas com a veterinária Adriele Bi­nhara Braz.

“Primeira coisa que devemos ressaltar é que o mesmo horário de exposição ao sol que vale para nós, também vale para eles. É sempre importante levar eles para passearem nos parques ou até na rua an­tes das 10h ou após às 16h, de preferên­cia em um horário que já esteja bem mais fresco. Eles absorvem muito mais calor do que nós, porque eles não usam calçados. Além disso, o asfalto ou calçadas quentes demais podem causar queimaduras nas patinhas, ocasionando dores, dificuldade de se movimentar até infecções”, alerta.

A médica veterinária diz ainda a im­portância de estar munido de água fres­ca para o animalzinho também quando for passear. “Tudo o que você for fazer para você, faça para o animal também. Se você levar água para você, pegue para ele tam­bém, uma água fresca em uma garrafa separada. Em dias muito quentes pode colocar gelo na água, sem problemas. Se for demorar no passeio, leve um pouco de ração ou petiscos para que ele não tenha fome. Isso fará com que o passeio fique proveitoso tanto para você, como também para o animal”, diz.

A Dra. Adriele diz ainda que existem hoje no merca­do protetores solares destinados especialmente para cães, que devem ser aplicados nas áreas mais sensíveis, como focinho, patas, orelhas e barriga. “Assim como nós, os ani­mais também sofrem com os raios UVA e UVB, podendo apresentar queimaduras e até mesmo câncer de pele. Tudo isso entra como método preventivo. É possível aplicar tam­bém na pelagem das raças com pelo curto. Uma informa­ção importante é manter a tosa de animais com pelo médio a longo sempre baixa, pois isso também alivia o calor. Caso o dono não queira deixar o animal com pelo curto, procurar manter a barriga sempre livre dos pelos, pois é a região do corpo que eles usam para se refrescar”, instrui.

Caso o animal apresentar sintomas como respiração ofegante, língua vermelha brilhante, gengivas vermelhas ou pálidas, saliva pegajosa, não brincar ou comer, estiver fra­co ou com sinais de tontura, vômitos – que podem apresen­tar sangue-, diarréia e coma (desmaio), é importante buscar imediatamente um veterinário.

Raças mais atingidas

Algumas raças estão mais propensas a serem atingi­das pelas ondas de calor, por isso devem receber atenção especial dos seus donos. “Geralmente animais de pelagem branca são os que mais sofrem com o calor, e aqueles que têm a pele mais rosada. Esses precisam de atenção espe­cial. Os cães que são braquicefálicos, ou que tem o foci­nho achatado, como pug ou bulldog têm maior dificuldade para respirar justamente pelo formato das suas cavidades nasais. Com a respiração afetada, esses ani­mais acabam encontrando maior dificuldade para manter a temperatura corporal. Deixá­-los em uma área mais fresca é uma opção”, aconselha.

A escolha da focinheira também é impor­tante em alguns casos. “Raças como pitbull ou rottweiler, que precisam usar focinheira também devem receber atenção dos seus do­nos. Para essas raças, é aconselhável o uso a partir de seis meses para passeios ao ar li­vre, mas tudo irá depender da personalidade do cachorro, o que pode acontecer antes ain­da. É preferível usar as focinheiras abertas, para que os animais tenham uma maior circu­lação do ar e consigam respirar normalmen­te”, recomenda.

Passeios no parque e praia

A grande maioria dos parques e algumas praias permitem a presença de cães e gatos, porém, é importante que eles estejam vaci­nados, tenham tomado vermífugo e também remédios ou usado dispositivos para a elimi­nação de pulgas. Segundo a veterinária, es­sas medidas são para proteger o animal de adquirir doenças graves, até mesmo mortais.

Um exemplo é a Dirofilariose, popular­mente conhecida como o verme do coração, que pode levar o cachorro à morte. “É trans­mitido por um mosquito infectado, que acaba lançando o verme na corrente sanguínea do cachorro. Es­ses vermes vão para o coração, prejudicando a função do órgão e sobrecarregando-o. Quando o verme apresenta a fase adulta, o animal começa a ter sintomas de insuficiência cardíaca, e apresenta perda de peso, cansaço, tosse, au­mento do volume abdominal, dificuldade para respirar, entre outros. Nesse caso é importante buscar imediatamente um veterinário. Manter as vacinas em dia e consultas regula­res ao veterinário são bons métodos de prevenção”, alerta.