Já tradicional no calendário dos campo-larguenses, neste ano a 113ª Seresta de Reis será realizada na madrugada do dia 05 para o dia 06, com saída da Igreja da Matriz Nossa Senhora da Piedade com a 12ª ba­dalada do sino, em forma de cortejo, sentido a Casa Paro­quial, Casa das Irmãs do Colégio Estadual Sagrada Família e também casas da região central de Campo Largo.

Essa é uma antiga tradição religiosa na cidade, que teve início em 1906 e é considerado para os fiéis católicos um momento de fé, uma festa da esperança, que prolonga a luz do Natal. Durante este evento, as pessoas que partici­pam desejam um ano e um mundo melhor para todos, com paz, amor, alegria e união.

No ano passado, cerca de 200 pessoas participaram do evento, um dos anos que a participação foi mais expressi­va. Neste ano, alguns seresteiros “das antigas” já estão con­firmados, assim como um quarteto de ex-alunas da organi­zadora Kátia Santos, da Universidade Federal do Paraná. Aproveitando as decorações natalinas, neste ano a Seresta irá subir por todo o Calçadão da Rua XV de Novembro, até a Praça Getúlio Vargas, ou Praça do Museu. Todos estão convidados a participar.

Também em 2018, Kátia conta que uma grande novida­de supreendeu a todos. “Logo após cantarmos para as Ir­mãs do CESF, a Madre Madalena, junto com outras duas Ir­mãs saíram junto conosco para cantar. Essa foi a primeira vez que elas fizeram isso, geralmente nos presenteiam com algum agrado, como um bombom e já se recolhem. Foi mui­to legal ver elas participando também”, relembra.

História da Seresta

Ainda em meados do século passado, os primeiros or­ganizadores acordaram que esse evento aconteceria todo primeiro fim de semana do ano, do sábado para domingo, independente do dia que caia, como uma homenagem aos Reis Magos que, seguindo a Estrela Guia, encontraram o local de nascimento do Menino Jesus e entregaram a Ele os presentes que trouxeram dos seus países, do Oriente, o Ouro, o Incenso e a Mirra.

A Seresta foi inicialmente organizada por famílias tradi­cionais do Centro, como Kuster e Puppi. O trio Irmãos San­tos (Azevedo, Armando e Jorginho) era a atração musical. Eles eram conhecidos na cidade pelas apresentações em eventos, na época em que nem existia televisão. Jorginho, que era o chefe do trio e pai de Kátia, que atualmente co­ordena a Seresta, era bem conhecido em Campo Largo por participar de programas de calouro em rádio e depois tam­bém em TV na época preto e branco.

Como a tradição continuou sendo fielmente realizada, em março de 2015 ela passou a ser reconhecida como um evento municipal, conforme a Lei Municipal 2664. Em 2017, Kátia recebeu uma homenagem pela sua dedicação à orga­nização da seresta e também por ser a primeira mulher a coordenar o evento.