Após furto de cestas básicas e brinquedos que seriam doados, comunidade se solidariza e doa quantidade superior ao esperado
Tanto esforço e dedicação de voluntários para conseguir arrecadar alimentos para serem doados a famílias carentes, os quais em poucos minutos foram levados. Dois furtos na mesma semana. Na terça-feira (04) brinquedos foram furtados da sede da Pastoral da Criança na Paróquia Aparecida e dois dias depois, mesmo após terem melhorado a segurança com cadeados, novamente marginais arrombaram a janela e levaram todas as cestas básicas.
Na sexta-feira (07) pela manhã já foi divulgado o acontecido e pedindo ajuda da população para que doassem alimentos, para serem separadas novas cestas básicas e tornar possível a festa que já estava marcada para o sábado, na qual entregariam a cerca de 40 a 60 famílias carentes os alimentos e brinquedos para as crianças, com presença do Papai Noel e um gostoso café da manhã.
A mobilização foi tão grande que conseguiram arrecadar o que tinha sido furtado, como também garantiram um crédito para o mês de janeiro e talvez uma grande ajuda para fevereiro, meses que geralmente é menor a doação. “Ficamos bem desanimados, porque não é fácil arrecadar, tem que pedir muito para conseguir. Mas a comunidade se sensibilizou para doar devido ao ocorrido. Muitas pessoas têm esse olhar de fraternidade, de empatia com o próximo, muitos são sensíveis à necessidade do outro e é o que precisa neste momento. Muitos têm muito pouco para sobreviver”, ressalta.
São coordenadores da Pastoral da Criança o casal Rosilda Puszczynski Ferreira e João Maria Gonçalves Ferreira, que contam com o trabalho de outros cinco voluntários e colaboração da comunidade. Rosilda conta que recebem as cestas famílias que estão em situação de emergência, de risco, de desemprego e que solicitam ajuda. Não há um critério específico, mas sim o critério de necessidade. “Algumas famílias são muito pobres, outras estão passando por períodos difíceis. Não garante o mês delas, mas é uma ajuda”, declara, comentando que esse ano viu aumentar o número de pedidos por causa do desemprego. Atualmente são cem famílias cadastradas e cerca de 40 a 60 que mensalmente vão buscar as cestas. “Essa ajuda não é só no Natal, é dada todo mês”, completa.
Rosilda conta que várias famílias têm cinco filhos pequenos, por isso também a doação dos brinquedos e muitas vezes a necessidade de aumentar as cestas básicas. Além de famílias com dificuldade pela falta de emprego, há casos de pessoas mais idosas que pedem ajuda e comentam que não conseguem se aposentar ou até mesmo que a aposentadoria não é suficiente para se manter.
Uma cesta básica custa em média R$ 90 e a doação é bem-vinda durante todo o ano, por isso os voluntários pedem ajuda de quem possa contribuir, podendo levar direto na Paróquia Aparecida. “As pessoas devem doar sempre. Algumas famílias deixam de precisar, mas sempre surgem outras”, comenta Rosilda.
Festa
A festa foi realizada no sábado (08), como programado, no salão da Igreja para estas famílias cadastradas na Pastoral. Cada cesta básica geralmente tem pelo menos 12 itens e dependendo da doação colocam mais alimentos. Desta vez conseguiram incluir até mesmo algumas comidas diferentes, como gelatina, leite e suco.
A manhã foi marcada pelo show do Guilherme Ferreira, pela presença do Papai Noel que entregou os presentes e cestas, como também uma palestra sobre currículo e a bênção do diácono